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Páscoa judaica celebra a passagem dos israelitas para libertação na Terra prometida

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Páscoa judaica celebra a passagem dos israelitas para libertação na Terra prometida

O início da comemoração da Páscoa judaica é marcada por uma cerimônia festiva chamada Sêder

Páscoa judaica celebra a passagem dos israelitas para libertação na Terra prometida

Foto: Reprodução/Pastoral Universitária/UniSALESIANO Lins

Por: Jairo Costa Jr. no dia 17 de abril de 2025 às 07:57

Atualizado: no dia 17 de abril de 2025 às 09:19

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 17 de abril de 2025

Muita gente não sabe, mas a Páscoa celebrada pelos cristão é herdeira direta de uma outra Páscoa, a dos Judeus, mais conhecida pelo seu nome em hebraico, Pessach, cuja pronúncia é "Pêssar". Para entender o significado de uma das principais celebrações do judaísmo, é preciso retroceder aproximadamente 3.500 anos no tempo, época em que os israelitas ainda viviam como escravos no Egito, quatro séculos após a chegada dos descendentes do patriarca Abraão à terra dos faraós. 

Segundo é contado no Êxodo, um dos 46 livros das Escrituras Hebraicas, chamadas pelos cristãos de Antigo Testamento, o faraó Ramsés II se recusou a libertar os judeus e foi punido por Deus por meio das Dez Pragas do Egito. Entre as quais, transformação das águas do Rio Nilo em sangue, invasão de rãs, infestação de moscas e piolhos, nuvem de gafanhotos e, por fim, a morte dos filhos primogênitos de cada família. 

Para poupar os israelitas, Deus ordenou que Moisés instruísse os judeus a sacrificar um cordeiro e pintar com o sangue do animal a parte superior das portas de casa. Assim, escapariam da morte pelas mãos do Anjo Vingador. Em seguida, deveriam comer o cordeiro com ervas amargas e pão ázimo, feito sem fermento. Esse teria sido o estopim para que Ramsés II decidisse libertá-los e expulsá-los do Egito.

Em hebraíco, o termo Pessach significa passagem ou travessia. No judaísmo, a Páscoa está relacionada com a saída do Egito sob a liderança de Moisés. Simboliza também a travessia dos judeus pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida, reservada a eles por Deus, e a passagem do Anjo Vingador, quando seus filhos foram poupados da morte.

O início da comemoração da Páscoa judaica é marcada por uma cerimônia festiva chamada Sêder. Nas duas primeiras noites, as famílias se reúnem para comer e contar a história do Pessach. Assim como faziam na antiguidades, os judeus não ingerem nenhum alimento fermentado. Até o vinho bebido por eles é feito sem processo de fermentação.

Entre as comidas típicas do período, destacam-se: matzá ou matzot, o pão ázimo feito apenas de farinha de trigo e água; zeroá, pernil de cordeiro, para simbolizar o animal oferecido em sacrifício antes da fuga do Egito; maror, erva amarga para lembrar o sofrimento vivido por eles; e o charosset, doce em pasta feito de maçã, uva e nozes, cuja cor, conforme a tradição judaica, lembra os tijolos que os judeus produziam para as construções do faraó.

O Pessach possui semelhanças com a Páscoa cristã. A começar pelo conceito de passagem. Enquanto os judeus comemoram o fim da escravidão no Egito e a travessia do povo israelita rumo à Terra Prometida, os cristão celebram a passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus. As datas das duas festas também são muito próximas, e algumas vezes coincidem.

Tanto que, este ano, o Pessach começou no último dia 12 e terminará no próximo dia 20, quando cristãos do mundo inteiro vão comemorar a Páscoa, ponto alto da Semana Santa. Afinal, Jesus era judeu e, como qualquer nazareno religioso da época, comemorava o Pessach todo ano.