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Febre em vias de Salvador, patinetes elétricos protagonizam acidentes e viram alvo de cobrança por fiscalização
A equipe do Repórter Metropole chegou a flagrar uma idosa sendo atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após colidir com um usuário do equipamento
Foto: Secom/Otávio Santos
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 20 de março de 2025
Desde que os patinetes elétricos chegaram à orla de Salvador, a partir da parceria entre a Secretaria de Mobilidade (Semob) e a empresa Jet Brasil, muita gente comemorou a novidade. Claro, afinal são práticos, sustentáveis e até divertidos, eles rapidamente caíram no gosto popular. O que nem todo mundo esperava - ou pelo menos os mais otimistas sobe o bom senso da população - era que a utilização irresponsável iria alimentar ainda mais o caos e o número de acidentes.
Pode até parecer, mas o novo modal não é um brinquedo infantil e oferece riscos nada divertidos. No último final de semana, por exemplo, um acidente foi registrado na orla da Barra e, no dia seguinte, a equipe do Repórter Metropole chegou a flagrar uma idosa sendo atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após colidir com um usuário do equipamento.
Na teoria, os patinetes deveriam circular exclusivamente em ciclofaixas e ciclovias, mas há quem prefira desbravar o asfalto entre ônibus e carros ou transformar as ciclofaixas da orla em pistas de fuga para imprudentes. Os relatos de quem frequenta as rotas dos patinetes também não vão muito longe disso.
A dentista Augusta Reis contou ao Repórter Metrópole, por exemplo, que já viu grupos de até 15 pessoas congestionando a ciclovia da Barra. Já Rafael Brito, auxiliar de padeiro, presenciou usuários cortando pelo meio da pista, no maior estilo “corrida maluca”. Os dois cobram mais fiscalização e orientação para esses usuários que, em regiões como a Barra, se somam a um grande volume de pessoas pilotando bicicletas, motos elétricas e tantos outros meios de locomoção. A Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra) também reforça as críticas e cobranças.
Do outro lado, a Secretaria Municipal de Mobilidade promete reforçar a fiscalização e garante fazer a parte que lhe cabe, incluindo reduzir automaticamente a velocidade dos equipamentos em trechos movimentados. O secretário Pablo Souza explica que hoje, além das regras explícitas no aplicativo que permite o uso dos patinetes, há medidas educativas em andamento, como escolinhas gratuitas e campanhas para estimular o bom uso. Quem, ainda assim, insiste na utilização irresponsável pode ser suspenso por uma semana e, se reincidir, banido de vez.
O problema é que o uso adequado acaba ficando refém do bom senso ou conscientização dos usuários - um universo muito frágil para se agarrar. O uso de equipamentos de proteção individual, por exemplo: a Semob apenas recomenda o uso de capacetes e o fator facultativo não protege ninguém.
A operação dos patinetes ainda está em uma fase de teste de 90 dias. Após esse período, a expectativa é que seja implementada uma regulamentação definitiva. Mas o esperado é que ainda nesse prazo mudanças ocorram para garantir mais segurança aos pilotos e pedestres.
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