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Decisão do PSD de manter candidatura de Adolfo Menezes em disputa na ALBA esfria clima na base do PT
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Decisão do PSD de manter candidatura de Adolfo Menezes em disputa na ALBA esfria clima na base do PT
Apesar da decisão ter esfriado o clima na base do PT, sinais de tensão entre governistas permanecem
Foto: Joá Souza/GOVBA
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 23 de janeiro de 2025
Desde o fim de 2024, a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa (Alba) virou o centro das atenções políticas. Em meio ao duelo entre os dois principais partidos da base do Palácio de Ondina, PT e PSD, ninguém sabia ao certo que bicho podia dar em 3 de fevereiro, quando os deputados vão escolher quem comandará a Casa pelos próximos dois anos. Mas a temperatura em torno da sucessão na Alba recuou na tarde de segunda-feira (19), após a reunião convocada pela cúpula do PSD para discutir o tema.
Coube ao senador Otto Alencar, presidente do PSD no estado, reger a marcha da pacificação. Sem meios termos, Otto disse à imprensa que a sigla estava unida em apoio a Adolfo Menezes para a presidência da Alba, apesar das chances altas de que o parlamentar esbarre no veto do Supremo a reeleições sucessivas de chefes do Legislativo. No mesmo diapasão, o cacique do PSD anunciou que o PT tinha aval da legenda para ocupar a primeira vice-presidência, cobiçada pelo líder do governo na Casa, Rosemberg Pinto.
Esse foi o combustível que acirrou os ânimos na base. Explique-se: caso o Supremo impeça Menezes de permanecer à frente da Alba, a presidência fica de bandeja para o vice. Em suma, o PT conseguiria pela primeira vez o controle da Assembleia, mas por via indireta, já que jamais reuniu apoio para vencer a parada com a maioria dos votos dos 63 deputados estaduais. Sobretudo porque nem parte da bancada governista, a quem interessa criar dificuldade para vender facilidade, e muito menos a oposição, por razões óbvias, querem ver o partido do governador dando as cartas na Casa. Para piorar, o Regimento Interno da Alba é omisso quanto à convocação de novas eleições quando um presidente cai.
A saída para debelar o princípio de incêndio foi o acordo proposto por Otto, no qual a bancada governista se compromete a mudar o regimento para incluir a convocação automática de nova eleição nos casos de vacância na presidência. Inicialmente, parece ter surtido efeito. Parlamentares com expertise nas artimanhas políticas, porém, acham que ainda é cedo para falar em paz. Primeiro, porque há governistas convictos de que está em curso uma operação para colocar o PT no comando da Assembleia, com apoio velado do PSD. Bastaria que os desconfiados se unissem à oposição para embaralhar o jogo. Segundo, porque a eleição será secreta. E isso, como dizia Tancredo Neves, a raposa de Minas, "dá uma vontade danada de trair".
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