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Decisão do PSD de manter candidatura de Adolfo Menezes em disputa na ALBA esfria clima na base do PT

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Decisão do PSD de manter candidatura de Adolfo Menezes em disputa na ALBA esfria clima na base do PT

Apesar da decisão ter esfriado o clima na base do PT, sinais de tensão entre governistas permanecem

Decisão do PSD de manter candidatura de Adolfo Menezes em disputa na ALBA esfria clima na base do PT

Foto: Joá Souza/GOVBA

Por: Jairo Costa Jr. no dia 23 de janeiro de 2025 às 07:30

Atualizado: no dia 23 de janeiro de 2025 às 17:57

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 23 de janeiro de 2025

Desde o fim de 2024, a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa (Alba) virou o centro das atenções políticas. Em meio ao duelo entre os dois principais partidos da base do Palácio de Ondina, PT e PSD, ninguém sabia ao certo que bicho podia dar em 3 de fevereiro, quando os deputados vão escolher quem comandará a Casa pelos próximos dois anos. Mas a temperatura em torno da sucessão na Alba recuou na tarde de segunda-feira (19), após a reunião convocada pela cúpula do PSD para discutir o tema.

Coube ao senador Otto Alencar, presidente do PSD no estado, reger a marcha da pacificação. Sem meios termos, Otto disse à imprensa que a sigla estava unida em apoio a Adolfo Menezes para a presidência da Alba, apesar das chances altas de que o parlamentar esbarre no veto do Supremo a reeleições sucessivas de chefes do Legislativo. No mesmo diapasão, o cacique do PSD anunciou que o PT tinha aval da legenda para ocupar a primeira vice-presidência, cobiçada pelo líder do governo na Casa, Rosemberg Pinto.

Esse foi o combustível que acirrou os ânimos na base. Explique-se: caso o Supremo impeça Menezes de permanecer à frente da Alba, a presidência fica de bandeja para o vice. Em suma, o PT conseguiria pela primeira vez o controle da Assembleia, mas por via indireta, já que jamais reuniu apoio para vencer a parada com a maioria dos votos dos 63 deputados estaduais. Sobretudo porque nem parte da bancada governista, a quem interessa criar dificuldade para vender facilidade, e muito menos a oposição, por razões óbvias, querem ver o partido do governador dando as cartas na Casa. Para piorar, o Regimento Interno da Alba é omisso quanto à convocação de novas eleições quando um presidente cai.

A saída para debelar o princípio de incêndio foi o acordo proposto por Otto, no qual a bancada governista se compromete a mudar o regimento para incluir a convocação automática de nova eleição nos casos de vacância na presidência. Inicialmente, parece ter surtido efeito. Parlamentares com expertise nas artimanhas políticas, porém, acham que ainda é cedo para falar em paz. Primeiro, porque há governistas convictos de que está em curso uma operação para colocar o PT no comando da Assembleia, com apoio velado do PSD. Bastaria que os desconfiados se unissem à oposição para embaralhar o jogo. Segundo, porque a eleição será secreta. E isso, como dizia Tancredo Neves, a raposa de Minas, "dá uma vontade danada de trair".