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Iniciativa para valorização da fé e turismo religioso, Caminho da fé é tomado por lixo e sinais de depredação
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Iniciativa para valorização da fé e turismo religioso, Caminho da fé é tomado por lixo e sinais de depredação
O caminho foi entregue em 2020, um ano após a canonização de Irmã Dulce e vem ganhando força nos últimos anos
Foto: Reprodução/pastoral
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 23 de janeiro de 2025
Passado o festejo da Lavagem do Bonfim, as ruas na região voltam, de um dia para o outro, ao normal. Mas o discurso de “quem tem fé vai a pé” continua valendo e ganha ainda o sentido contrário: “quem vai a pé precisa ter fé”, porque o que será encontrado, em especial na Avenida Dendezeiros, não tem nada de sagrado.
São montanhas de lixos e sinais de vandalismo no Caminho da Fé. E o nome não é figurativo. É como foi batizado o trajeto de 1,1 km, que liga o Santuário de Santa Dulce, no Largo de Roma, à Basílica do Senhor do Bonfim, na Sagrada Colina. A ideia era fomentar o turismo religioso da região, movimentar a economia do bairro e, claro, disseminar a fé ao Senhor do Bonfim e à Santa Dulce dos Pobres, com um caminho para que peregrinos percorressem rezando o terço, fazendo suas orações e, quem sabe, até pagando promessas.
O caminho foi entregue em 2020, um ano após a canonização de Irmã Dulce e vem ganhando força nos últimos anos. São 14 totens e bancos instalados ao longo do percurso para dar apoio ao peregrino, com espaços para descanso e até pontos de oração. Mas o cenário, denunciado na Metro - pole pelo próprio padre Edson, Reitor da Basílica do Bonfim, exige realmente muita fé: depredação e lixo frequente, inclusive, nos próprios pontos de oração.
“Com o tempo, a região tem precisado de manutenção e essa necessidade faz com que as pessoas desanimem de caminhar”, observa o padre, que complementa: “os moradores da Avenida Dendezeiros ainda não se conscientizaram de que esse é um caminho santo, de peregrinação, e que esses pontos devem ser preservados”.
A coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Turismo de Salvador (PASTUR), Hosana Santos, segue o mesmo caminho do padre e reforça que falta conscientização da população, mas também fiscalização por parte dos órgãos. Nesse jogo em que a população começa e o poder público termina, o que jogado no lixo não são só os saquinhos de descarte, mas um in - vestimento de mais de R$ 18 milhões, que deveria simbolizar a religiosidade soteropolitana e representar uma contrapartida econômica em forma de turismo.
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