Após anos desativados, equipamentos do governo avançam em processos de venda

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 16 de janeiro de 2025

Se não fossem os milhares de metros quadrados e as localizações privilegiadas, eles estariam não só abandonados, mas também escondidos e esquecidos. Agora, para o bem ou para o mal, finalmente o governo da Bahia avançou na venda dos terrenos dos antigos Centro de Convenções da Bahia (CCB), do Colégio Estadual Odorico Tavares e da antiga sede do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA). Depois de anos de portas fechadas, falta ao Executivo agora apenas finalizar questões individuais para, ainda neste semestre, lançar os editais de venda de cada um dos terrenos.

Apesar da espera, a autorização para venda dos três imóveis já existia desde 2021, quando foi autorizada pela Assembleia Legislativa. Agora, a expectativa é que até maio os editais de licitação sejam elaborados pela Secretaria de Administração da Bahia (Saeb), analisados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e publicados pelo governo.

Esquecido no Corredor da Vitória
Um dos fechamentos mais polêmicos e criticados foi o do Colégio Odorico Tavares, em 2019. Em protesto contra o fechamento da unidade, estudantes e ex-funcionários chegaram a ocupar o espaço, localizado no Corredor da Vitória, um dos metros quadrados mais caros da cidade. Na época, a justificativa para a decisão de fechar as portas, abertas por 25 anos, foi pela baixa procura de alunos. No ano em que encerrou suas atividades, por exemplo, o colégio tinha matriculado menos de 9% de sua capacidade - o que os estudantes apontavam como resultado de um esvaziamento proposital.

Na época, em entrevista à Rádio Metropole, o governador Rui Costa defendeu que equipamentos importantes de educação deveriam estar em comunidades pobres, “onde o povo mora”, por isso, o colégio seria “trocado” por outras unidades em áreas periféricas de Salvador. Agora, para a venda do Odorico Tavares, falta o atual governador, Jerônimo Rodrigues, decidir justamente o modelo de licitação - isso inclui definir se haverá um destino específico para a verba da venda e qual será ele.

Derrubado no Stiep
O que deve levar um tempinho a mais para ser resolvida é a licitação para a venda do antigo Centro de Convenções na Bahia. Fechado e abandonado desde 2016, quando parte da estrutura de metal do centro desabou, o espaço passou todo esse tempo como uma carcaça entre os bairros do Stiep e Jardim Armação, servindo até de esconderijo para assaltantes e usuários de drogas.

Uma trava para o futuro desse equipamento tinha sido o fato dele ter sido usado como garantia para pagamento em processos trabalhistas de funcionários da antiga BahiaTursa - o que, segundo a Casa Civil, já foi resolvido. Para o lançamento da licitação de venda, resta agora apenas pendências cartoriais.

Largado na ACM
Outra pedra no sapato que tem sua venda encaminhada é a antiga sede Detran, localizado entre o Acesso Norte e a Avenida Antonio Carlos Magalhães, desocupado desde 2023. Na época, a justificativa dada para suspender as atividades na sede foi o alto custo com segurança e manutenção do local. Agora, a licitação da venda da antiga sede necessita apenas de autorizações internas de órgãos do próprio governo.