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Na Metropole, Jaques Wagner comenta desunião entre cúpula dos petistas baianos

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Na Metropole, Jaques Wagner comenta desunião entre cúpula dos petistas baianos

Em entrevista a Mário Kertész, o líder do governo Lula no Senado comentou também a ausência do ministro Rui Costa nos atos de campanha do grupo em Salvador

Na Metropole, Jaques Wagner comenta desunião entre cúpula dos petistas baianos

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 03 de outubro de 2024 às 00:31

Atualizado: no dia 03 de outubro de 2024 às 09:25

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 3 de outubro de 2024

Líder do governo Lula no Senado e um dos caciques do PT baiano, Jaques Wagner foi entrevistado na Rádio Metropole. Sem papas na língua, ele comentou a ausência do ministro Rui Costa nos atos de campanha do grupo em Salvador e a possível desunião entre a cúpula dos petistas baianos.

Mário Kertész: Você acha que no domingo de noite, pós-eleição, vamos observar um crescimento significativo da oposição comandada por ACM Neto, a partir de uma possível vitória em Salvador e outros grandes centros?

Jaques Wagner: Acho que na base da gente nós não vamos diminuir o número de prefeitos eleitos ligados à gente. Evidentemente que a oposição está se mexendo. Nos grandes centros, a gente tem algumas disputas mais difíceis, outras mais fáceis. Estamos muito bem em Camaçari, Feira de Santana estamos disputando, Ilhéus e Itabuna também.

MK: E Salvador?

JW: Salvador, se for pela pesquisa, dá mais a favor da oposição. Mas, quando Geraldinho fala comigo, eu digo: 2006, no sábado anterior à eleição, o jornal de televisão dava que ganho no primeiro turno. E a última agora com Jerônimo, quem dizia que ele ia ganhar? Eu tenho observado que a eleição aqui de Salvador não está contagiando muito as pessoas. Não sei se essa coisa, como na minha, das pessoas não querendo se expressar e na calada do voto podemos ter a surpresa que tivemos em 2006.

MK: É a primeira vez que sinto que vocês não tão unidos. Rui Costa, por exemplo, não está participando da eleição em Salvador. Bruno Reis, se eleito, pode se tornar o grande líder da oposição até para concorrer em 2026?

JW: Eu gosto de dizer que não escalo o time adversário. Mas o que você está falando, do ponto de vista da análise política, está correto. Se ele for reeleito bem, evidentemente que o nome dele vai pontuar. Do lado de cá é muito previsível. Porque Jerônimo vai para a reeleição e vou ser candidato ao Senado. Rui disse também vai e aí temos uma conta para acertar dentro do nosso coletivo. Mas apesar de todo mundo torcer pelo racha do lado de cá, se depender de mim não racha, porque essa unidade é fundamental. Estou acostumado a correr muitas vezes sozinho quando a coisa não é fácil.

MK: Mas e a ausência de Rui na campanha?

JW: A gente tem se dividido um pouco, porque não dá para ninguém fazer 417 municípios. Ele não está fazendo tanta campanha aqui em Salvador, mas está lá, fez suas regravações. Não fico reclamando, fico olhando pra frente e tocando o barco.

MK: Você cita que vocês ganharam cinco vezes o governo, mas sabe que um dia vão perder, não é?

JW: Sei. Tenho convicção que a gente tem tudo para ganhar a sexta reeleição com Jerônimo, por isso que eu não sei quem vai ser candidato do lado de lá. Você falou que pode ser Bruno, pode. Para ele seria progredir. Ele é prefeito, perdendo ou ganhando ele anda. Digo que um dia vou perder e brinco que quero perder para um plebeu e não para um sangue azul.

MK: Dizem que vocês do PT admitem que Salvador não é de vocês. Desde 1985, o partido ou alguém coligado não ganha. É verdade isso?

JW: Essa verdade não faz parte da minha agenda. Acho que o povo de Salvador criou essa coisa ‘bota um no governo do estado e outro aqui na capital que eles ficam brigando e a gente lucra com isso’. Em todas as campanhas eu me meti, na de Alice Portugal, de Major Denice, de Geraldinho. Claro, agora estou um pouco mais livre, porque não está acontecendo nada no Congresso, mas eu estava muito prisioneiro de estar em Brasília. Rui, sem dúvida, está muito mais prisioneiro como chefe da Casa Civil.

MK: Será que a ausência dele não foi porque o candidato dele não foi escolhido para disputar a prefeitura em Salvador? Todo mundo sabia que ele queria José Trindade?

JW: Trindade veio falar comigo e ainda fez questão de dizer que queria ser candidato do grupo. Na época ele queria ir para o PT e eu até disse que não precisava, porque não é obrigado. Sempre tive isso. Falei pra ele ficar no PSB, depois ele declinou [da candidatura]. Eu sei que ele tem uma relação muito forte com Rui, mas Rui também nunca desfraldou a bandeira de dizer ‘esse é meu candidato’. Quando defendi a ideia de Geraldinho, banquei minha ideia. Expliquei que era porque ele é vice-governador, é do MDB, um partido que foi importante na eleição, e é um cara que conhece Salvador