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Com a criticidade e liberdade de sempre, Três Pontos especial reúne os quatro integrantes no Rio de Janeiro

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Com a criticidade e liberdade de sempre, Três Pontos especial reúne os quatro integrantes no Rio de Janeiro

Com mais de 60 edições, o programa traz mentes renomadas da comunicação brasileira e debate assuntos e acontecimentos do Brasil e do mundo com liberdade e profundidade.

Com a criticidade e liberdade de sempre, Três Pontos especial reúne os quatro integrantes no Rio de Janeiro

Foto: Metropress/Danilo Puridade

Por: Mariana Bamberg no dia 29 de agosto de 2024 às 00:47

Atualizado: no dia 29 de agosto de 2024 às 10:53

Entrevista publicada originalmente no Jornal Metropole em 29 de agosto de 2024

A vista da bancada do Três Pontos trocou, na última quinta-feira (22), o rostinho de Abraão, operador do programa desde o início, por uma praia do Rio de Janeiro. Bela troca. A transmissão saiu dos estúdios da Metropole e, em uma edição especial, foi feita direto da Cidade Maravilhosa, com os quatro integrantes juntos, a poucos centímetros de distância um dos outros.

Janio de Freitas, Bob Fernandes, Sérgio Augusto e Mário Kértesz se encontraram na manhã da quinta-feira em um bate-papo de velhos amigos, que se estendeu ao programa, às 12h, com a criticidade e liberdade de sempre. Profissionais da comunicação com reconhecimento nacional, os quatro mosqueteiros se reúnem semanalmente, toda quinta-feira, às 12h, no Três Pontos, com cada um de sua cidade: Janio e Sérgio no Rio, Bob em São Paulo e MK em Salvador, no estúdio da Metropole.

A conversa, desta vez, foi emoldurada por uma sacada com vista para o mar e o céu do Rio de Janeiro. E até ela virou motivo de discussão do mais alto nível. Janio explicou: essa neblina fininha leve é provocada, em grande parte, pela fumaça amazônica. E Sérgio Augusto - à lá D’Artagnan, o quarto dos Três Mosqueteiros - foi rápido no gatilho: “já temos pauta então”.

Um país que pega fogo

Bob entrou com os números: 10 estados tomados pela fumaça da Amazônia e do Pantanal, 281 milhões de hectares (ou 33%) destruídos de vegetação nativa na história do Brasil e, em um caminho completamente oposto, R$ 3,7 trilhões necessários para que o Brasil se reindustrialize como potência verde. “Tem um contrassenso entre isso e o que está acontecendo? Fogo, garimpo, cidades sendo destruídas, Salvador esquentando. Tudo isso é o contrassenso do que se anuncia que farão e que custará uma fortuna”, pontuou.

“E as medidas que se toma eventualmente são anuladas por um efeito muito forte das coisas erradas que já foram feitas e pela realidade”, complementou Sérgio. As queimadas vêm atingindo diversos estados brasileiros, no dia seguinte ao Três Pontos, por exemplo, o estado de São Paulo decretou estado de emergência e posteriormente foi seguido por outros, como Pará e Rondônia.

Mercado de emendas

Assunto que também tomou os noticiários nos últimos dias e não passou batido pelos quatros mosqueteiros foi a suspensão das emendas parlamentares impositivas pelo ministro Flávio Dino. Decisão que desencadeou retaliações do Congresso e uma tentativa de negociação entre os três Poderes. A falta de transparência das emendas foi a justificativa para a decisão de Dino, e ela possibilita situações como a revelada por MK. “Existe um mercado de venda de emendas, uma coisa inacreditável. Você chega em Brasília e tem lobistas. O deputado conseguiu emenda, por exemplo, de R$ 200 milhões e diz ‘se você me der 10% dela, a emenda vai para onde você quiser. É um gangsterismo explícito”, contou.

Homem dos números, Bob vem de novo com eles para expor a dimensão do absurdo: 20% do orçamento para gastos públicos no Brasil estão livres para serem definidos pelos parlamentares, a fatia é nove vezes maior do que tem o Congresso norte-americano. Mas se engana quem pensa que é algo recente. O próprio Janio lembrou que já denunciou o jogo de emendas anos atrás, o que, para ele, tem consequências já claras e caminha para a explosão.

“Quais são os projetos que Fernando Haddad consegue aprovação? Aquelas que não atingem diretamente interesses representados na Câmara pela voracidade da classe dominante brasileira. As outras questões de imensa gravidade e de terríveis consequências ficam sem solução, agravando-se num prosseguimento da história de devastação de um país e de uma cultura, de uma população”, afirmou.

A destruição da política

O nome de Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, também saiu, no Três Pontos, da análise superficial e ganhou contornos mais profundos. Ele não é só mais um candidato controverso. MK, por exemplo, classificou o ex-coach como “um elemento do processo de destruição da política”. Um processo articulado que, para Janio, pode levar a rupturas com a democracia.

“Não tenho dúvida que esse processo pode levar a ditaduras e governos autoritários. Quando e se forem tentadas algumas correções mais profundas, a reação será exatamente essa. As tentativas de corrigir alguma coisa com seriedade tem uma reação com todos os recursos à sua disposição. Os que tentam a coisa séria são desarmados, não tem com eles a maioria política, as forças armadas, polícias, organizações de influência e opinião pública”.

O Três Pontos é exibido toda quinta-feira, às 12h, na programação da rádio 101.3 FM e no canais do Metro1 e de Bob Fernandes no Youtube. Com mais de 60 edições, o programa traz mentes renomadas da comunicação brasileira e debate assuntos e acontecimentos do Brasil e do mundo com liberdade e profundidade.