
Home
/
Notícias
/
Jornal da Metropole
/
Edifício-garagem é finalizado após atraso e revela descaracterização de cartão postal de Salvador
Jornal Metropole
Edifício-garagem é finalizado após atraso e revela descaracterização de cartão postal de Salvador
Quase dois anos depois do início das obras, o edifício-garagem ainda não foi oficialmente inaugurado, mas já tem incomodado a população

Foto: Metropress/Malena Luana
Quem chega a Salvador pela região do Comércio e da Baía de Todos-os-Santos se depara, ou pelo menos se deparava, com uma fachada de históricos casarões - alguns agora até coloridos - no entorno da Basílica Nossa Senhora da Conceição da Praia, direto na icónica falha geológica da capital soteropolitana. O nome que os estudiosos dão para essa fachada nunca combinou com a beleza do local: frontispício. Agora, depois de uma intervenção que levou mais de um ano em obras, talvez combine.
Um grande caixote de concreto foi erguido à frente dos casarões, destoando da arquitetura histórica do local e encobrindo parte do cartão-postal. É o famoso edifício-garagem, divulgado como o primeiro público de Salvador. Ele faz parte de um projeto de requalificação das ruas da Conceição da Praia, Manoel Vitorino e a Praça Irmãos Pereira, assinado pela prefeitura em novembro de 2022, com o prazo de execução de oito meses e um custo de R$ 12 milhões. Quase dois anos depois, o edifício-garagem ainda não foi oficialmente inaugurado, mas já tem incomodado a população e mostrado que pontualidade é uma virtude rara.
“Bonito não é, mas, agora que já terminaram, não vão mais mexer nisso”, disse um trabalhador da região em entrevista ao Repórter Metropole. “Não funciona, os comerciantes de trás estão totalmente prejudicado,o maior fluxo é aqui na frente, os comerciantes lá atrás ninguém nem vê”, disse outra transeunte. O projeto do edifício-garagem, ao qual o Jornal Metropole teve acesso via LAI (Lei de Acesso à Informação), justifica as 63 vagas de automóveis no empreendimento para ajudar na chegada de clientes às lojas da região, que acabaram, na verdade, encobertas pelo edifício.
Com o empreendimento, projetado pela Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF), a praça que existia no local “subiu” para o primeiro andar do edifício garagem, disputando o destaque com os casarões cuidadosamente pintados, descaracterizando a arquitetura do local e prejudicando a experiência do pedestre, que já é tão preterido na cidade.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.