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Sem respostas, sem justiça: Morte de Mãe Bernadete completa quase três meses sem descoberta de mandantes
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Sem respostas, sem justiça: Morte de Mãe Bernadete completa quase três meses sem descoberta de mandantes
A Polícia Civil informou que as investigações ainda estão em curso e detalhes não podem ser divulgados para preservar as investigações
Foto: Conaq/Divulgação
Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 2 de novembro de 2023
Já se vão quase 80 dias desde a noite de 17 de agosto, quando a líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete Pacífico foi brutalmente assassinada com 22 tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ela era a coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação e Quilombos e tinha uma trajetória reconhecida na luta pelo direito à terra.
Se já se passaram quase 80 dias desde o crime, já se vai mais de um mês desde que o Ministério Público permitiu a prorrogação do inquérito da Polícia Civil que investiga o caso. Na época, não foi detalhado o motivo para tal prolongamento, mas o prazo para que ele fosse concluído iria até final de outubro. Passado esse período, nenhuma atualização sobre o crime foi divulgada. Procurada pelo Jornal Metropole, a Polícia Civil informou que as investigações ainda estão em curso e detalhes não podem ser divulgados para preservar as investigações.
Além da Polícia Civil, as investigações sobre esse crime chocante estão sendo conduzidas por diversas organizações, como Polícia Federal, Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mesmo assim, até o momento, os nomes dos mandantes e a motivação por trás do assassinato permanecem desconhecidos.
As investigações exploram três possíveis linhas, conforme anunciado pelo governo do estado dias após o crime, em agosto. Essas teorias incluem questões relacionadas à luta pelo território do Quilombo Pitanga dos Palmares, à intolerância religiosa e uma possível disputa entre facções na região.
No início de setembro, três homens foram presos suspeitos de envolvimento no assassinato. Cada um deles teriam desempenhado papéis distintos na ação. Um é suspeito de ser o executor do homicídio, outro de guardar as armas do crime e um terceiro de receptação dos celulares pertencentes à líder quilombola e seus familiares, que foram roubados durante o ataque.
A busca por justiça e a resolução deste caso continuam sendo uma questão crucial para todo o Brasil, que vive ainda o luto do caso Marielle Franco, há 5 anos sem resposta.
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