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Um deserto no centro: Prefeitura promete revitalizar região histórica, mas projeto segue a passos lentos
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Um deserto no centro: Prefeitura promete revitalizar região histórica, mas projeto segue a passos lentos
Em 2017, ACM Neto apresentou proposta para habitação e centralização administrativa na região do Centro Antigo de Salvador
Foto: Reprodução
Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 26 de janeiro de 2023
O roteiro é sempre o mesmo. Deu 19 horas e o vai e vem de pessoas nas ruas do Centro Antigo desaparece. A região que um dia já foi o coração da cidade se torna um deserto. A prefeitura de Salvador até lançou um programa com iniciativas para estruturar e trazer uma nova dinâmica para o local, mas o que poderia significar uma nova vida para aquela área, até agora, não passou de um projeto no papel.
O ano era 2017 quando o então prefeito de Salvador, ACM Neto, apresentou uma proposta para trazer de volta movimento e circulação de pessoas para o centro da capital. O plano envolvia obras de requalificação e a criação de espaços, como os museus da Cidade da Música e da Casa do Carnaval - que já estão sendo usufruídos por soteropolitanos e turistas - e ainda a Casa das Histórias e Arquivo Público, em fase de obras. Até aí, tudo bem. As promessas foram cumpridas.
Pendências
Mas a ideia contava também com dois ambiciosos projetos. O primeiro deles era a implantação de novas habitações, com a meta de criar, ao menos, 1 mil unidades até 2020. Já o segundo era a criação de um Centro Administrativo Municipal nos moldes do CAB, com pelo menos 80% dos servidores trabalhando no Centro Antigo. Tudo isso tinha como objetivo aumentar a densidade populacional da área e torná-la um espaço vivo durante a noite e aos finais de semana.
O projeto de centralização administrativa até que conseguiu avançar, mas ainda há muitas pendências. Por enquanto, dos 32 órgãos municipais, 20 estão instalados na região entre o Comércio e o Centro Histórico, e só há previsão de que mais dois sejam transferidos para lá. Apesar das mudanças de parte da estrutura municipal, a prefeitura não teve sucesso em levar vida e movimento para além dos servidores. Fora dos dias e horários de trabalho, a região continua desértica.
Só há estudos
É unânime entre os especialistas a ideia de que a única forma de reestruturar a dinâmica do Centro Antigo é por meio da habitação. Contudo, a meta de criar 1 mil residências permanece somente no papel. Acredite! Seis anos depois do anúncio da proposta e três anos após o fim do prazo, o projeto ainda está na fase de estudos.
Até o momento, a prefeitura só identificou os imóveis que serão transformados em unidades, fez o estudo de seu potencial construtivo e o levantamento dos atuais proprietários e das dívidas com IPTU. Nem mesmo o modelo de comercialização foi definido. Não se sabe, por exemplo, o valor de construção, de venda, a forma de financiamento ou se haverá parcerias. Os futuros moradores vão precisar de paciência e aguardar pelo menos mais seis meses para que o projeto comece a ser implementado, segundo previsão das fontes ouvidas pela reportagem. Até lá, o centro de Salvador continuará sendo um vão.
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