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Após reforma de R$ 350 mil, Museu de Imprensa segue de portas fechadas

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Após reforma de R$ 350 mil, Museu de Imprensa segue de portas fechadas

Espaço passou por reforma, chegou a ser reaberto, mas, em meio à crise financeira, fechou as portas novamente

Após reforma de R$ 350 mil, Museu de Imprensa segue de portas fechadas

Foto: ABI/Fabio Marconi

Por: Ismael Encarnação no dia 16 de janeiro de 2025 às 08:00

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 16 de janeiro de 2025

Quando o assunto é local desativado, o portfólio soteropolitano é daqueles de dar inveja. Na lista, o Museu de Imprensa da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) é um dos novatos. Segue fechado há mais de um ano e, com ele, boa parte da história vai sendo ocultada.

O quase cinquentão foi idealizado para preservar jornais antigos, objetos e documentos de jornalistas, um acervo para aprender, refletir e entender o passado da imprensa. Hoje, não há presente e muito menos futuro para o museu que segue sem previsão de reabertura. Ele fica no Edifício Ranulfo Oliveira, um prédio histórico, de propriedade da ABI, onde já funcionou até mesmo a Assembleia Legislativa da Bahia até 1974.

Delírio de esperança

O museu já havia fechado as portas antes e reabriu em 2020, após uma repaginada e uma exposição de peso, assinada pelo jornalista e pesquisador Nelson Cadena. Mas, como um delírio, a alegria durou pouco. Por conta de uma crise financeira, foi sacrificado e fechado novamente depois de um investimento de quase R$ 350 mil na reforma do prédio, que inclusive foi solicitada pelo inquilino mais antigo da ABI: a prefeitura de Salvador. É exatamente neste edifício que funcionam a Secretaria de Comunicação e a Secretária de Governo da prefeitura.

Inquilino oficial

Presidente da ABI, o jornalista Ernesto Marques não se gaba dos investimentos feitos no prédio, afinal essa é a obrigação de todo proprietário de imóveis históricos. Mas o que ele lamenta é a ausência de reajuste no contrato de aluguel, o que forçou a entidade a cortar gastos, como fechar o próprio museu.

“Queremos um tratamento justo, com parâmetro por base de negociação, mas acontece que há um passivo acumulado desde outubro de 2015 até hoje. Assim como a prefeitura não pode abrir mão de crédito tributário, a minha consciência me obriga a [cumprir] a responsabilidade com tudo que tem aqui dentro, com toda a história que tem aqui, as vidas dos funcionários”, afirmou à Rádio Metropole.

Em mais uma luta por reajuste, não só o museu foi esquecido. Projetos como a Casa da Palavra, por exemplo, virou sonho distante. A Casa de Ruy Barbosa, que poderia ser recuperada, também ficou engavetada, com todo um acervo acomodado em uma reserva técnica improvisada.