Esquema de apostas cita Campeonato Baiano e tem cinco jogadores com passagens pela dupla BaVi

O esquema de manipulação de resultados, investigado pela Operação Penalidade Máxima do Ministério Público de Goiás (MP-GO), envolveu 13 partidas das séries A e B do Brasileirão em 2022 e de competições estaduais de 2023. Entre os envolvidos, estão cinco jogadores com passagens pela dupla BaVi.

Depois da Penalidade Máxima II, a segunda fase da ação do MP-GO, a Justiça tornou réus 16 pessoas. Fazem parte da lista os zagueiros Victor Ramos - revelado pelas divisões de base do Vitória e com passagens pelo profissional - e Paulo Miranda - que esteve no Bahia em 2011; e o volante Fernando Neto - com passagem pelo Rubro-Negro em 2020 e 2021. Além dos jogadores, oito apostadores foram citados no processo. 

Na primeira fase da investigação, em março, dois dos oito jogadores envolvidos fizeram parte do elenco dos principais clubes baianos: Gabriel Domingos e Ygor Catatau. Gabriel esteve na base do Bahia; já Catatau passou pelo Vitória.

Além disso, na denúncia oferecida pelo MP-GO, mensagens trocadas entre dois dos indiciados - Thiago Chambó e Bruno Lopez - mostram que o grupo planejava, em dezembro do ano passado, interferir nos estaduais deste ano, incluindo o Campeonato Baiano.

“Então vamo ver com quem a gente consegue casar. Eu tô com contato no campeonato mineiro, tô com contato no campeonato paranaense, tô com contato no campeonato paulista, tô com contato no campeonato baiano, tô com contato no campeonato cearense", disse Chambó. As ofertas variavam entre R$ 50 mil a R$ 150 mil.

De acordo com o MP, os jogadores se comprometeram a cometer pênaltis e faltas para receber cartões. "Trata-se de atuação especializada visando o aliciamento e cooptação de atletas profissionais para assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo", apontou o MP-GO.

O órgão requereu ainda que seja fixado o valor mínimo de R$ 2 milhões para reparar os danos morais coletivos causados pelos denunciados. O valor deverá ser atribuído a todos os réus, considerando-se os fatos já colhidos ao longo da investigação, como também aqueles que podem surgir durante o processe.

Confira a lista das partidas investigadas

Palmeiras x Juventude (10/09/22)
Juventude x Fortaleza (17/09/22)
Ceará x Cuiabá (16/10/22)
Sport x Operário (PR) (28/10/22)
Goiás x Juventude (05/11/22)
Red Bull Bragantino x América (MG) (05/11/22)
Santos x Avaí (05/11/22)
Palmeiras x Cuiabá (06/11/2022)
Botafogo x Santos (10/11/22)
Red Bull Bragantino x Portuguesa (SP) (21/01/23)
Guarani x Portuguesa (SP) (08/02/23)
Bento Gonçalves x Novo Hamburgo (11/02/23)
Caxias x São Luiz (RS) (12/02/23)