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Educação
Pais acusam Escola Colmeia de venda casada de kits didáticos
Grupo responsável pela produção do material didático afirma que escola tem autonomia na forma que os materiais serão ofertados aos alunos
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Foto: Reprodução
Mais um grupo de pais e mães de alunos acusam uma escola particular de Salvador por venda casada de materiais didáticos. Desta vez é a Escola Colmeia, localizado na Pituba. Segundo as reclamações, os materiais não podem ser adquiridos individualmente e a aquisição acontece mediante site exclusivo da escola. Além disso, os valores cobrados são quase 100% a mais do que os valores encontrados em outros sites de instituições de ensino na capital baiana.
A venda casada de materiais escolares já foi tema de matéria no Jornal Metropole da última semana e revelou que escolas da capital baiana não somente cobram preços elevados pelos produtos, mas também impõem dificuldades para alunos que optam por não adquirir o material atualizado e que recomprem materiais usados de outros alunos. É o caso de Colégios como o São Paulo, Portinari e Anchieta, que pertencem à Rede Inspira Educadores.
O material ofertado pelo site da Colmeia, corresponde ao 'Kit Plataforma Par Conecte' e inclui livros de Lingua Portuguesa, Matemática, Geografia, História e Ciência, além de cadernos de atividades para os módulos específicos e quatro livros de literatura. O pacote custa R$ 1.980 e pode ser dividido em quatro parcelas de R$ 495.
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) na Bahia chegou a divulgar, no final de janeiro, que a escola havia sido notificada por “possíveis práticas abusivas, também conhecidas como venda casada”, na Operação Volta às Aulas.
O material didático utilizado é desenvolvido pela Somos Educação, grupo de Educação Básica do país que conta com escolas próprias, sistemas de ensino, editoras e ainda soluções educacionais para ensino. Em nota ao Metro1, a Somos disse que desenvolve e fornece produtos educacionais exclusivos para escolas parceiras. A empresa esclarece ainda que as escolas parceiras têm total autonomia para decidir como irão oferecer os materiais educacionais adquiridos aos pais ou responsáveis pelos alunos. “A Somos ressalta que repudia e não compactua com quaisquer práticas que violem os direitos dos consumidores”, afirmou.
Já o colégio, também em nota enviada à redação, afirmou que reafirma seu compromisso com a educação de qualidade, a transparência e o cumprimento rigoroso das normas legais. Disse também que a escolha do material didático, desenvolvido pela Somos, foi realizada após uma análise pedagógica criteriosa, "com o objetivo de oferecer aos alunos recursos atualizados e alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em consonância com nossa missão de educar com excelência e respeito à infância".
A prática de venda casada é uma infração segundo o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e é considerada uma prática abusiva. Se comprovada, o consumidor pode exigir a compra separada dos itens ou solicitar restituição do valor pago indevidamente. A empresa que realizar o ato pode ser multada e obrigada a reparar os danos causados.
Confira na íntegra a nota em conjunto da Somos e da Escola Colmeia:
A Escola Colmeia reafirma seu compromisso com a educação de qualidade, a transparência e o cumprimento rigoroso das normas legais, valores que norteiam nossa atuação desde 1982. Todas as nossas decisões pedagógicas são fundamentadas em critérios técnicos e educacionais, sempre priorizando o aprendizado integral e o bem-estar das crianças.
A escolha do material didático, desenvolvido pela SOMOS Educação, foi realizada após uma análise pedagógica criteriosa, com o objetivo de oferecer às nossas crianças recursos atualizados e alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em consonância com nossa missão de educar com excelência e respeito à infância.
A SOMOS Educação esclarece que é uma empresa de comercialização de soluções educacionais, compostas por materiais exclusivos e indissociáveis, que são comercializados apenas às escolas parceiras. Esses materiais não se caracterizam, em qualquer aspecto, como venda casada. Ressaltamos, ainda, que repudiamos e não compactuamos com quaisquer práticas que violem os direitos dos consumidores.
Diante de informações recentemente divulgadas sobre o tema, reforçamos nosso compromisso com a legalidade e o respeito absoluto às famílias e à comunidade escolar. Seguimos à disposição para esclarecimentos e confiamos na responsabilidade da imprensa na apuração e na correção de informações imprecisas, quando necessário.
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