Editorial
MK relembra dia do decreto do AI-5: "não pode passar batido, sobretudo quando tem gente pedindo a volta"
Há 58 anos, entrava em vigor o AI-5, ato mais severo da Ditadura Militar
Foto: Reprodução/Youtube
O dia 13 de dezembro de 1968 ficou marcado na história do Brasil com o dia em que entrou em vigor o AI-5 (Ato Institucional nº 5), o ato mais duro da Ditadura Militar e que iniciou os chamados “anos de chumbo”. O decreto conferia poderes extraordinários ao governo, restringindo severamente direitos civis e políticos. Nesta sexta-feira (13), 56 anos depois, o dia foi relembrado na Rádio Metropole por Mário Kertész.
“Foi um dia terrível. A partir daquele momento o congresso ficou fechado, a imprensa censurada, prisões e mortes se aceleraram, ali foi o momento em que começou a parte mais escura, mais terrível da Ditadura Militar. Eu tinha 24 anos de idade e vi a tristeza que se abateu sobre o Brasil, então isso não pode passar batido, sobretudo quando, com até pouco tempo, tinha a gente pedido a volta do AI-5 exatamente, explicitamente”, disse MK.
O decreto foi aprovado em uma reunião em São Paulo, com Artur da Costa e Silva, então presidente na Ditadura, e seus ministros. Mários Kertész ainda lembro o único nome que foi contrário ao decreto do AI-5 nesta reunião: Pedro Aleixo, o então vice-presidente.
“Naquela reunião presidencial comandada pelo ditador Marechal Artur da Costa e Silva no Palácio no Rio de Janeiro, onde ele, com os ministros, foi submetida à aprovação [o AI-5]. Todo mundo teve que aprovar, com exceção do vice-presidente Pedro Aleixo, um homem de centro, ele nunca foi de esquerda. Era um democrata, um homem decente. Tanto que, passado algum tempo, Artur da Costa e Silva teve um derrame impedido de continuar na presidência e não deram a presidência a ele [Aleixo]. O governo do Brasil foi substituído pelos três ministros militares, na época chamados Os Três Patetas, não sei se eram patetas ou não”, comentou.
Confira o comentário:
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