Editorial
"Escravidão mais cruel", diz MK sobre diárias dos cordeiros no Carnaval de Salvador
Kertész criticou baixos valores e má condições de trabalho
Foto: Reprodução
Em meio às negociações por melhores condições de trabalho e aumento das diárias dos cordeiros em Salvador, Mário Kertész criticou duramente o valor pago aos trabalhadores durante o Carnaval. No programa Jornal da Bahia no Ar, desta quarta-feira (15), ele classificou o baixo valor como uma “escravidão mais cruel”.
“Isso é uma vergonha, isso é uma mancha no nosso Carnaval. Não é possível que isso continue em pleno 2025”, afirmou Kertész.
O radialista também abordou a disparidade social que permeia essa situação e destacou o papel dos cordeiros. “Qual é a função deles? Proteger aqueles que têm dinheiro para você estar lá se divertindo, enquanto o outro ali está se acabando.”
Kertész apontou ainda o contraste entre o luxo dos camarotes e a exploração dos trabalhadores. “Salvador, maior orgulho do Carnaval, camarotes, fantástico. Tudo bem, 'cada qual no seu cada qual'. Mas pagar miséria para os cordeiros? Isso é escravidão da pior qualidade".
Durante o programa, ele também disse que a realidade afeta, sobretudo, negros das periferias da cidade. “Não é possível que, na ‘Roma Negra’, a cidade mais negra do Brasil, a gente aceite isso. Vai lá ver: são pretos, pobres, da periferia, se acabando”.
Após negociações, a Associação dos Trabalhadores Cordeiros da Bahia (Sindicorda) garantiu que, em 2025, a diária dos cordeiros será de R$ 100 durante o Carnaval de Salvador, um aumento de 25% em relação ao valor anterior, que era de R$ 80. Além do reajuste, uma reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT) foi realizada para solicitar melhorias nas condições de trabalho.
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