"A praia de Salvador era o lugar mais democrático", critica MK sobre mudanças na orla e novo modelo de quiosques

Durante o programa Três Pontos, da Rádio Metropole, Mário Kertész criticou o novo modelo de quiosques implantado na orla de Salvador. Ele relembrou a época em que as praias da cidade eram mais democráticas, com barracas que ofereciam comidas e bebidas tradicionais, e lamentou as mudanças ao longo dos anos.

"A praia de Salvador era o lugar mais democrático aqui da cidade, e tinham barracas de praia que serviam a gente, uma comidinha gostosa, acarajé, abarás, bebida. Veio o juiz federal e tirou todas as barracas, e aí a praia ficou uma esculhambação total", afirmou. MK também comentou sobre as recentes obras feitas pela gestão do prefeito Bruno Reis, comparando os novos quiosques a "playgrounds de edifício do Corredor da Vitória".

Além disso, ele criticou o modelo de concessão, que prevê a gestão dos quiosques por uma única empresa vencedora da licitação para explorar os espaços pelos próximos 30 anos. "Os barraqueiros que trabalharam a vida toda, que estão lascados a vida toda, se quiser, essa empresa pode contratar um", destacou, lamentando o impacto para os pequenos comerciantes locais. O projeto da nova orla prevê, além dos quiosques, a instalação de ciclovias, pistas de cooper, quadras de esportes e parques infantis, em um trecho que abrange cerca de 3,5 km entre a Boca do Rio e Patamares. O contrato estimado é de R$ 18,6 milhões.

O assunto foi destaque na última edição do Jornal da Metrópole, que revelou detalhes das obras, críticas e a repercussão do tema ao longo dos anos. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) abrirá licitação para a concessão dos serviços de gestão, manutenção, conservação, reforma, expansão, construção e operação de até 34 quiosques e 70 tendas de praia na orla de Salvador, com contrato de 30 anos. A informação foi divulgada no Diário Oficial de Salvador da última terça-feira (19).