Editorial
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“Visão elitista, grosseira e agressiva à cidade”, diz MK sobre projeto de requalificação da orla de Salvador
Novo projeto de requalificação de abandono da orla de Salvador por mais de uma década foram temas do Jornal Metropole desta semana
Foto: Reprodução/Youtube
Um novo projeto da prefeitura de Salvador, ainda em execução, prometia requalificar a orla da cidade, abandonada há quase 14 anos. No entanto, a falta da identidade soteropolitana refletida no excesso de concreto e nos quiosques a serem geridos por uma concessionária chamou atenção. Para Mário Kertész o projeto expõe uma visão elitista, grosseira, burra e agressiva à cidade. No Jornal da Bahia no Ar desta quinta-feira (14), ele fez críticas à iniciativa, que foi tema do Jornal Metropole desta semana.
“Isso não tem nada a ver com a cidade do Salvador, com a praia da gente. Roubaram a nossa praia. Que construção mais horrorosa, esdrúxula. O que ela tem de Salvador, daquilo que deu alegria a nós moradores e atraiu grandes quantidades de turistas? A cidade certamente não é a Fundação Mário Leal Ferreira, digo isso com absoluta convicção, não tenho nada de pessoal. As intervenções da Fundação Mario Leal Ferreira, desde o governo de ACM Neto, continuam atrapalhando, continuam estuprando a cidade”, disse MK, se referindo à FMLF, responsável pelo projeto da orla e por outros também contestados, como a reforma do Aquidabã.
MK citou os quiosques que estão sendo construídos na orla e serão administrados por uma concessionária a ser selecionada pela prefeitura. O edital desta seleção até menciona a preferência pela continuidade dos vendedores ambulantes cadastrados, mas não garante e chega a citar que, “caso não seja possível o engajamento de parte dos vendedores ambulantes, por incompatibilidade com a estratégia de negócio da concessionária, estes deverão ser priorizados nos processos seletivos para contratação de funcionários”. Mário Kertész traduziu a contrução dos quiosques como uma releitura de playground dos prédios do Corredor da Vitória, com uma "visão elitista, grosseira, burra, agressiva à cidade de Salvador”.
“Lamento profundamente e me sinto pessoalmente agredido ao ver esta praia, que a vida toda frequentei. Não tinha esse agora de ir pra clube, piscina, condomínio fechar, não existia nada disso. A praia sempre foi o lugar mais democrático da cidade, estavam lá juntos os ricos, os pobres, o povo trabalhando, o povo se divertindo. Aí vem esse estrupício”, concluiu.
Confira o editorial na íntegra:
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