Cidade
Quase 70% dos baianos são contra o horário de verão, mostra pesquisa
Nos últimos anos, quando a primavera chega, um assunto se insere nas discussões de maneira bem democrática: dos bares na periferia às reuniões em grandes empresas, questiona-se se a Bahia vai ou não entrar no horário de verão. Por isso, o Grupo Metrópole resolveu trazer novos dados para enriquecer a questão. [Leia mais...]
Foto: Tácio Moreira/Metropress
Nos últimos anos, quando a primavera chega, um assunto se insere nas discussões de maneira bem democrática: dos bares na periferia às reuniões em grandes empresas, questiona-se se a Bahia vai ou não entrar no horário de verão. Por isso, o Grupo Metrópole resolveu trazer novos dados para enriquecer a questão.
Encomendamos ao Instituto Dataqualy uma pesquisa que ouviu a opinião de 411 baianos sobre a possibilidade da Bahia voltar a aderir o horário de verão. A resposta foi enfática: a maioria da população é contra o alinhamento do relógio com os 11 estados do país no período de 19 de outubro a 22 de fevereiro.
Foram ouvidos homens e mulheres a partir de 16 anos em bairros que compõem as 20 zonas eleitorais de Salvador e, com 95% de confiabilidade, a pesquisa mostrou que 69% dos entrevistados são contra a inclusão da Bahia no horário de verão.
Desde 2012, a Bahia está fora do horário de verão, medida adotada na gestão de Jaques Wagner (PT). Desde os anos 1990, os baianos tiveram que adiantar os relógios em uma hora somente em 1991, 2002, 2011 e 2012, sendo o único estado do Nordeste a aderir à medida criada em 1931 para melhor aproveitar a luz solar e, consequentemente, reduzir o consumo de energia elétrica.
“Não tem por que colocar a Bahia fora do resto do Brasil. Quando Brasília abre o dia, a gente ainda não começou. Quando a gente ainda está funcionando, Brasília já fechou”, disse Wagner em 2011 ao anunciar que a Bahia se alinharia ao Sudeste e ao Sul.
Assunto divide opiniões
Apesar da rejeição, o assunto ainda divide opiniões. Para o estudante de engenharia elétrica Diego Souza, a adesão da Bahia ao horário de verão seria positiva. “Ajuda a economizar na conta de luz, a gente usa mais luz do dia, luz natural e segundo, porque para quem tem a vida corrida, sobra mais tempo”, pondera.
Morando em Salvador e trabalhando em Camaçari, o estudante lista as melhorias que a mudança traria. “Eu teria mais tempo para fazer atividades que realmente são interessante para mim e, fora do horário de verão, nem sempre é possível”, acrescenta. A psicóloga Juliana Martins alega o contrário. “Eu não dirijo e muitas vezes preciso pegar ônibus cedo. Sou mulher. Como vou me sentir segura de esperar no ponto às 5h30, se às 5h30 está tudo escuro?”, questiona.
Fecomércio quer mudança
Listando 19 motivos para a retomada da mudança de horário, o Fórum Empresarial da Bahia enviou um documento ao governador Rui Costa solicitando a reconsideração sobre o assunto. De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), Carlos Andrade, a manutenção de empregos é o principal argumento. “Tentamos no governo Wagner e ele sempre foi contrário. Não sei se o atual governador vai ter essa mesma linha. 70% de nossa negociação é com o Sul do país”, afirma.
Contra crise econômica, Fieb e ABIH apoiam alteração
O trade turístico e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) também são a favor do horário de verão. “Todas as ações que convergirem para melhorar o momento que vivemos devem ser tomadas. Fizemos uma enquete com os nossos sindicatos e dois terços foram a favor”, afirma o presidente da Fieb, Antônio Alban.
O desalinhamento dos horários, segundo a Associação Brasileira da Industria de Hotéis (ABIH), impacta na atividade turística. “O setor sempre foi a favor, porque você unifica o fuso horário com os principais destinos turísticos, e o turista chega no mesmo horário que sai. É importante dar ao turista a oportunidade de ter uma tarde maior”, defende o presidente da ABIH, Manolo Garrido.
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