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Três homens são presos por manterem vítimas em situação análoga à escravidão em MG, diz ministério
Vítima foi forçada a tatuar iniciais dos patrões; mulher trans também foi resgatada em operação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um homem de 32 anos e uma mulher transgênero de 29 foram resgatados após serem mantidos em condições análogas à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro. A operação foi coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho, entre os dias 8 e 15 de abril. Durante a ação, três homens, que formavam um trisal e se passavam por empregadores, foram presos em flagrante. Os suspeitos atraíam pessoas LGBT+ vulneráveis com promessas de emprego, moradia e educação, mas as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas sem remuneração, além de abusos físicos, sexuais e psicológicos.
A investigação revelou que o homem resgatado foi forçado a trabalhar como empregado doméstico e sofreu diversas agressões, incluindo a obrigação de tatuar as iniciais dos patrões como marca de "posse". Já a mulher trans permaneceu em exploração por seis meses, durante os quais sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente devido ao estresse e violência. As vítimas foram acolhidas por instituições de apoio, como a Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Unipac.
Os presos, um contador, um administrador e um professor, foram autuados por tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo e levados para a penitenciária de Uberaba. A operação, batizada de Novo Amanhã, foi deflagrada após denúncia anônima ao Disque 100, que apontou sinais de trabalho forçado, cárcere privado e exploração sexual. As investigações continuam, e os investigadores apreenderam celulares, notebooks e pen drives na operação.
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