
Brasil
Mecânico da Voepass revela problemas na manutenção do avião que caiu em 2024
Investigações revelam falhas mecânicas e falta de suporte à manutenção, enquanto a empresa defende suas práticas e nega irregularidades.

Foto: Reprodução/TV Globo
Na última terça-feira (11), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações da Voepass, companhia aérea envolvida no trágico acidente de agosto de 2024, quando um avião ATR-72-500 caiu em Vinhedo, matando 62 pessoas. A decisão foi tomada após investigações que indicaram falhas graves, incluindo a falta de desintegração de gelo nas asas e falhas nos sistemas de expulsão de gelo, comprometendo a estabilidade da aeronave.
Menos de um mês após o acidente, o Cenipa divulgou um relatório preliminar apontando que o avião não desceu para derreter o gelo acumulado, conforme recomendado. A aeronave perdeu sustentação devido a esses problemas, resultando em um dos raros tipos de queda conhecidos como "parafuso chato", onde o avião gira e perde altura até a queda fatal.
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, um mecânico da Voepass, que trabalhou antes e após o acidente, revelou a falta de suporte da empresa à manutenção das aeronaves, incluindo a escassez de materiais e ferramentas adequadas. Ele afirmou que o avião envolvido no acidente já apresentava recorrentes falhas mecânicas e que a alta direção da empresa pressionava para que ele fosse mantido em operação, apesar dos problemas.
A Voepass, por sua vez, contestou as acusações em nota, afirmando que a segurança sempre foi prioridade em seus 30 anos de operação. A empresa também defendeu a reutilização de componentes entre aeronaves, alegando que a prática é legal e bem regulamentada. Em relação às imagens dos aviões cobertos, a companhia negou qualquer tentativa de esconder informações da ANAC, reafirmando que segue todos os protocolos de fiscalização.
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