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Torcedores do Botafogo são indiciados após fazerem gestos racistas em jogo

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Torcedores do Botafogo são indiciados após fazerem gestos racistas em jogo

A delegada afirmou que "o ato de fazer gestos imitando macaco em referência a um grupo de pessoas negras, carrega um histórico de desumanização e ofensa racial que associa características de animais a seres humanos [...] reforçando assim o preconceito e estereótipos raciais"

Torcedores do Botafogo são indiciados após fazerem gestos racistas em jogo

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 03 de novembro de 2024 às 17:19

Dois torcedores do Botafogo foram indiciados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) por terem, de acordo com as investigações, realizado gestos racistas durante uma partida contra o Palmeiras, na Libertadores. O indiciamento do advogado Vinicius Ramos de Andrade e Silva, de 35 anos, e do empresário Adriano Santos de Souza Machado, de 38, ocorreu apenas na última terça-feira (29). O episódio, no entanto, foi no mês de agosto. 

No relatório, a delegada Rita de Cássia Salim Tavares afirmou que "o ato de fazer gestos imitando macaco em referência a um grupo de pessoas negras, carrega um histórico de desumanização e ofensa racial que associa características de animais a seres humanos [...] reforçando assim o preconceito e estereótipos raciais".

No documento, a delegada ainda apontou que “os gestos ocorreram de forma explícita durante um evento esportivo", "incentivando a disseminação de atos de discriminação racial, especialmente quando direcionados a desumanização e ridicularização de pessoas ou grupos por motivos raciais".

Vinicius, por sua vez, disse que “o gesto que fez batendo no braço e passando os dedos sobre a pele do braço se referia à garra e ao sangue do time pela vitória, sobretudo considerando o histórico recente de embates entre os dois clubes e entre os seus respectivos presidentes”.

A defesa de Vinicius disse que o gesto se referia à “preparação de luta, pois é lutador” e que “o vídeo contém edições e cortes intencionais”. O advogado trabalhava na Secretaria de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Maricá e foi exonerado após a repercussão do vídeo.

Já Adriano falou que por “conta de um procedimento médico vem sofrendo apagões de memória” e que no dia do jogo estava bêbado. O empresário disse se lembrar apenas de “flashes” do dia do jogo e que o “vídeo contém edições e cortes”.