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Feira de Santana: prefeitura não comprova gasto com cooperativa alvo da PF 

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Feira de Santana: prefeitura não comprova gasto com cooperativa alvo da PF 

Entre 2009 e 2018, Coofsaúde recebeu R$ 285,6 milhões da gestão municipal

Feira de Santana: prefeitura não comprova gasto com cooperativa alvo da PF 

Foto: Ascom / MP

Por: Alexandre Galvão / Adelia Felix no dia 01 de novembro de 2019 às 16:16

Denunciada no começo do ano pelo Ministério Público da Bahia e alvo da Polícia Federal, a Coofsaúde recebeu mais de R$ 285,6 milhões da prefeitura de Feira de Santana em um ano. A relação da cooperativa com a gestão municipal rendeu multa aplicada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). De acordo com a Corte de Contas, a gestão de Colbert Martins não conseguiu comprovar a realização de serviços que montam o valor de R$ 14 milhões. 

Segundo a denúncia do MP, a Coofsaúde era uma empresa travestida de cooperativa que “inflava artificialmente, sob rubricas diversas, os seus custos operacionais diretos e indiretos para maquiar os seus lucros e justificar o arbitramento de valores superestimados para os seus contratos”. 

Ainda de acordo com a denúncia, que se baseou em relatórios técnicos da regional da Controladoria Geral da União (CGU), a cooperativa recebeu entre 2009 e 2018 um total aproximado de R$ 285,6 milhões do Fundo Municipal de Saúde e da Fundação Hospitalar de Feira de Santana. Desse total, estima-se que tenham sido superfaturados R$ 71,6 milhões. 

Na época, o MP ressaltou que as irregularidades analisadas na operação envolviam somente o município de Feira de Santana, mas há suspeitas de desvios em vários municípios. A cooperativa  tem contratos com mais de 30 cidades. De acordo com os promotores de Justiça responsáveis pela investigação, foi constatado que a Coofsaúde recebeu, entre 2007 e 2018, quase um R$ 1 bilhão proveniente de contratos celebrados com diversos municípios baianos e com o Governo do Estado.

Entre os denunciados, estão o fundador da Coofsaude, Haroldo Mardem Dourado Casaes, considerado o mentor do esquema; e o empresário Salomão Abud do Valle, que teria criado empresas de fachada utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro. Eles são apontados como os principais beneficiários do esquema criminoso.