Bahia
Assassinato de Mãe Bernadete completa 15 dias; colegiado, comissão e observatório do CNJ acompanham o caso
Crime também é investigado pelo grupo de trabalho que analisa questões relativas à regularização dos territórios quilombolas e pela Polícia Federal
Foto: Arte sobre foto de Walisson Braga/Conaq
O assassinato da liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, de 72 anos, completa 15 dias nesta quinta-feira (31). A yalorixá foi morta com 22 tiros, dentro da casa onde estava com os netos, na cidade de Simões Filho, localizada na Região Metropolitana de Salvador.
Cerca de seis anos separam a morte de Mãe Bernadete e do seu filho, Flávio Gabriel Pacífico, o Binho do Quilombo. Ambos os crimes seguem sem resolução. Em busca de respostas, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) anunciou, nesta quarta-feira (30), que os assassinatos das duas lideranças serão acompanhados pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão, colegiado que conta com a parceria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Conforme o CNJ, a determinação da atuação do colegiado nos casos parte da presidente do órgão e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. A ministra se reuniu com Mãe Bernadete cerca mens de um mês antes da sua morte, quando escutou demandas de povos quilombolas baianos.
Weber determinou ainda a criação de uma comissão executiva especial para acompanhar os trabalhos de apuração. Na última sexta-feira (25), a ministra se reuniu com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, o desembargador Nilson Soares Castelo Branco.
De acordo com Jerônimo Rodrigues, há três linhas de investigação sobre o crime: luta pelo território do Quilombo Pitanga dos Palmares, que não é titulado; intolerância religiosa e disputa de facções. O assassinato de Mãe Bernadete também é acompanhado pelo Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário, pelo grupo de trabalho criado pelo CNJ para analisar questões relativas à regularização dos territórios quilombolas e pela Polícia Federal.
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