Saúde
Diretora da OMS diz que brasileiros estão minimizando risco do coronavírus
'É irreal pensar que vai acabar logo', afirma a médica, que é a brasileira mais graduada no esforço internacional de combate à Covid-19
Foto: Guilherme Gandolfi
A diretora-assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), a curitibana Mariângela Simão, 64 anos, fez críticas à forma com que os brasileiros estão lidando com a pandemia de coronavírus. Da Suíça, onde reside, ela, que é responsável pela área de medicamentos e produtos de saúde da entidade, ela comenta que não foi poupada a ter de trabalhar à distância, conforme orientação das autoridades locais. "Na China, os casos começaram a diminuir depois de três meses, mas tendo em conta que a China fez um esforço massivo de contenção. É muito cedo, mas ela [a doença] ficará por algum tempo. É irreal pensar que vai acabar logo", disse a profissional de saúde ao jornal Folha de S. Paulo.
Ex-integrante do programa da ONU para a Aids, ela está desde 2017 na cúpula da OMS. É hoje a brasileira mais graduada no esforço internacional de combate à Covid-19. Ela comenta a necessidade do povo brasileiro levar a sério a pandemia, tomando como exemplo a China e as medidas adotadas pelo país asiático. "O Ministério da Saúde fez recomendações que estão absolutamente alinhadas com o que a OMS preconiza. Os indivíduos que não seguem as recomendações é outra história. Vi essas fotografias do pessoal todo na praia, as pessoas não estão levando a sério essas recomendações", disse a diretora.
"Aqui na Suíça, se você vai na farmácia, tem marcas no chão para você ficar a 1,5 m de distância da pessoa na frente. Tem que levar a sério, não é brincadeira. Não é só uma questão sua, de você ter risco ou não de morrer ou ficar doente. É transmissão comunitária. Você ficando doente tem risco de infectar mais pessoas", acrescentou.
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