Saúde
Profissionais da saúde relatam que precisam “remendar o estrago” dos implantes hormonais em pacientes
Recentemente, a Anvisa publicou uma medida que proíbe o uso de implantes após entidades médicas apontarem um aumento no atendimento de pacientes com problemas decorrentes do uso
Foto: Reprodução/Cliníca Benatti
Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu proibir os implantes hormonais, conhecidos também como ‘chips da beleza’, o tema voltou a ser repercutido na área da saúde. Algumas entidades, como o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), já se manifestaram a favor da decisão.
Além disso, vale lembrar que a medida foi motivada por denúncias de 34 entidades médicas que relataram um aumento no atendimento de pacientes com problemas decorrentes do uso desses implantes. Nas redes sociais, profissionais da saúde relatam que precisam “remendar o estrago” causado pelos implantes hormonais nos pacientes.
“Nós vemos todos os dias nos consultórios as complicações desses implantes. Eu até acho que quem faz os implantes não acredita em efeitos colaterais, porque eles só veem as pessoas que voltam satisfeitas. As que se sentiram prejudicadas ou sentiram efeitos colaterais não voltam, elas procuram o endocrinologista, o ginecologista [...] A gente cansou de remendar o estrago dos outros, agora estamos partindo para causa do problema”, disse um médico endocrinologista de São Paulo, em seu perfil no Instagram.
Na publicação, o profissional ainda destaca que os médicos que “vendem sonhos na forma de hormônios”, geralmente, omitem o risco de efeitos adversos para seus clientes. “Toda semana ouvimos relatos de masculinização da mulher, queda de cabelo, acne, sangramento uterino, edema, ganho de peso, alterações de colesterol, fígado, hemograma, hipertensão e distúrbios de comportamento”, completou.
Entidades contra a medida
Apesar dos riscos dos implantes hormonais pontuados pela Anvisa, outros profissionais e empresas farmacêuticas se opõem a medida que proíbe a fabricação, comercialização e uso dos chips.
A Bio Meds Pharmacêutica LTDA, que comercializa implantes hormonais, publicou uma nota em resposta à suspensão imposta pela agência nacional. A empresa ainda entrou com um Recurso Administrativo — um pedido formal de revisão da decisão da Anvisa, que possui "efeito suspensivo", permitindo que as atividades continuem até que o pedido estiver seja analisado.
Nas redes sociais, alguns profissionais também se manifestaram contra a medida. Um ginecologista de Recife, por exemplo, alega que a proibição “baseada em narrativas e não em sólidas evidências científicas, levanta questionamentos sobre seus reais motivos” e questiona: “Será que devemos penalizar todos por erros de poucos?”.
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