Saúde
Sesab investiga consumo de mortadela em casos de botulismo na Bahia; saiba mais sobre a doença
Casos se concentram em três cidades do norte do estado
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
A Vigilância Epidemiológica da Bahia confirmou o sexto caso de botulismo no estado, em 2024, nesta quarta-feira (25). A crescente configura um surto no território baiano, que já apresenta duas mortes decorrentes da doença. Apenas um dos casos obteve alta, enquanto três seguem internados. Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas são municípios do norte baiano que, até o momento, apresentaram manifestações da contaminação.
A doença considerada grave, altamente letal e não contagiosa surpreende, pois tinha a última morte registrada em 2007, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A principal suspeita é que os quadros de infecções mais recentes se deram por meio da ingestão de mortadela de frango, sendo esta contaminada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A configuração de surto atribuída aos registros da enfermidade deriva da raridade de sua contração. Em 2023, dois casos foram confirmados em Feira de Santana.
Sobre a doença
Em entrevista ao Metro1, a infectologista Clarissa Cerqueira explica que a ingestão de mortadela pode estar relacionada aos casos, mas outros alimentos embutidos, em conservas e enlatados podem causar a infecção. "Esses alimentos não têm contato direto com o oxigênio, ficam em um ambiente de anaerobiose, que é propício para a proliferação da bactéria e consequente produção da toxina". Ela finaliza explicando que se o paciente não for devidadamente tratado e a doença não for identificada de forma breve, ele pode ir a óbito.
A Sesab indica que a ingestão da toxina pode causar paralisia aguda flácida na musculatura do rosto, visão turva, queda das pálpebras, dificuldade de deglutir e outros sintomas neurológicos. Mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave rapidamente. Dentre os cuidados necessários para evitar a infeccção, estão a lavagem e desinfecção de superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos, consumo de produtos com selo de qualidade e que não estejam em latas estufadas ou amassadas, vidros embaçados, danificados, com alterações no cheiro ou aparência.
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