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Sono em Risco: Francisco Hora elenca fatores que têm feito jovens dormirem menos
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Sono em Risco: Francisco Hora elenca fatores que têm feito jovens dormirem menos
Médico do sono foi entrevistado no Metropole Mais desta segunda-feira (28)

Foto: Metropress
O nível de exigência nas escolas, as redes sociais e a diversidade de estímulos de um mundo digital vêm sendo os principais inimigos do sono de crianças e adolescentes. Esse tripé foi apontado pelo médico do sono Francisco Hora em entrevista ao Metropole Mais desta segunda-feira (28). Segundo o médico, um sono de qualidade é aquele que passa por todas as fases necessárias e até mesmo o horário típico das escolas, cujas aulas começam em geral às 7h no turno matutino, afeta esse ciclo.
O horário das 7h para início das aulas é outro fator que pode prejudicar o sono de qualidade das crianças e adolescentes. Para Francisco Hora, é brutal acordá-los justamente no momento do sono em que eles mais estão desenvolvendo a inteligência. “O sono Rem está entrando. Se a escola é 7h, ele vai acordar às 5h ou 6h. Naqueles primeiros horários de aula, entre 7h e 9h, eu ouso dizer, o menino está quase acordando e o professor quase dormindo. Não serve para nada”, apontou. Francisco Hora sugere que as aulas iniciem às 9h, com todas as atividades escalonadas e “com um rendimento intelectual, pedagógico, muitas vezes melhor”.
Sono de qualidade
“O adolescente precisa dormir 8h a 10h para ter uma qualidade de sono, sobretudo de sono Rem, que o sono dos sonhos, da memória, da cognição, da inteligência. Isso implica em algo em torno de 25%, às vezes um pouco mais do seu sono, que tem que entrar nessa fase, para que ele tenha a chamada fase Rem”, explicou. “Mas ele tem dificuldade de dormir, relaxar, está deprimido, movido por essa curiosidade da mídia social, dos videogames, dos streamings, do estímulo visual do celular. A melatonina está lá para baixo, ou seja, está comprometendo o hormônio que vai ajudar, inclusive, a dormir”, complementou.
Francisco Hora criticou ainda o uso de medicamentos para dormir nesses casos: “não é para tomar remédios, o corpo já produz”, pontuou. O médico ainda explicou que, ao longo do tempo, as pessoas vão perdendo o sono, o sono de um adulto ou idoso nunca será o mesmo que o de um adolescente ou criança. Mas os estímulos das tecnologias e “absurdos da vida acadêmica” vêm impactando o sono dessas gerações mais jovens.
“A escola que vai montar o cidadão para passar em concurso, mas precisamos ter seres pensantes, racionais, integrados no mundo. Na medida em que você cerca esse adolescente de inúmeras atribuições acadêmicas e ele tem uma vida social que extrapola qualquer limite, porque ainda está na mídia eletrônica também, eu lhe pergunto: esse menino vai dormir como? Que horas? De que jeito? Espremido por essas circunstâncias todas?”, perguntou o médico.
Confira a entrevista:
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