Ex-diretora de Medicina da UFBA critica expansão de faculdades privadas de ensino médico

Ao comentar sobre a expansão de faculdades privadas de medicina, a diretora da Faculdade Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Lorene Louise, afirmou que o capital, quando entra em áreas como a saúde, tem potencial destrutivo. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (10) a epidemiologista também comentou sobre a influência dos planos de saúde no exercício profissional.

"O capital, quando entra nessas áreas, é destrutivo. Praticamente 80% do ensino superior médico no Brasil está com o setor privado, virou orientação de investimentos para grandes empresas e desvirtua a lógica do ensino", afirmou durante o Jornal da Bahia no Ar.

Segundo Louise, há uma falta de sintonia na garantia de políticas públicas  para garantir saúde como direito social e você encontra pessoas de boas escolas adotando essas posturas [de busca pelo enriquecimento]. Vai encontrar o nicho do enriquecimento, pensa na medicina como forma de enriquecer".

Planos de saúde e relação com medicina

Ainda durante a entrevista, Lorene Louise citou a influência dos planos de saúde no exercício médico. Segundo ela, atualmente há uma lógica contrária do que acontecia. Se antes os médicos acreditavam que atender pacientes por meio dos planos de saúde como uma forma de melhora na carreira profissional, atualmente boa parte dos atuantes tem deixado de atender por meio dos planos e dando preferência para o particular.

"É a economia mandando no ato profissional, dizendo como fazer, tocando sineta para não demorar com paciente na sala. Muitos retrocederam e só atendem na forma privada", pontuou. 

Confira a entrevista na íntegra