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"Brasil deve se posicionar com sabedoria, sem cair em disputas externas", diz Paulo Nogueira Jr.
Segundo o economista, o Brasil deve ser cauteloso, pois as mudanças nos Estados Unidos e a crise na Ucrânia podem influenciar diretamente o cenário político brasileiro
Foto: Metropress
Economista e ex-diretor-executivo no FMI (Fundo Monetário Internacional), Paulo Nogueira Batista Jr. abordou, nesta quinta-feira (27), os desafios e oportunidades que o Brasil enfrentará ao liderar os BRICS em 2025. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, ele destacou o papel do país na transformação da ordem econômica global, especialmente diante da crescente polarização política mundial. Segundo o economista, o Brasil deve ser cauteloso, pois as mudanças nos Estados Unidos e a crise na Ucrânia podem influenciar diretamente o cenário político brasileiro.
Batista Jr. ressaltou que o BRICS, sob a presidência brasileira, tem a oportunidade de destacar-se ao representar economias emergentes, que buscam maior voz nas decisões financeiras internacionais. "Em 2025, o Brasil assume a presidência do BRICS, e isso representa uma grande oportunidade para o país. Se tivermos um governo forte e alinhado, podemos deixar uma marca importante nesse contexto de mudança da ordem mundial. O Brasil deve se posicionar com sabedoria, sem cair em disputas externas que não são nossas", disse o economista, destacando que o enfraquecimento da liderança ocidental pode abrir espaço para o Brasil ser uma voz mais forte no cenário internacional, mas, para isso, o governo brasileiro precisa navegar com habilidade.
O economista também comentou a postura de Donald Trump, que, embora fortaleça os Estados Unidos, tem gerado incertezas sobre sua estratégia. "Donald Trump tem tomado decisões que confundem até seus aliados, como a estratégia de "Make America Great Again", que visa fortalecer os Estados Unidos, mas com muitas incertezas sobre como isso realmente acontece. Nesse contexto, os BRICS e o Brasil precisam reavaliar sua posição internacional e as implicações políticas e econômicas dessa mudança global. A chegada de Trump ao poder mudou muitas coisas, principalmente porque ele voltou ao cargo com ainda mais força", pontuou.
Para ele, uma possível aproximação entre EUA, China e Rússia poderia criar um novo bloco de influência que marginalizaria países como o Brasil. "Se isso acontecer, o Brasil ficaria em uma posição vulnerável, especialmente se um governo fraco, como o de Bolsonaro, voltar ao poder. Com a Argentina se alinhando a Trump, a situação se tornaria ainda mais delicada. Por isso, é essencial que o governo Lula tenha um bom desempenho para que o Brasil não caia em uma armadilha geopolítica", analisou.
Confira a entrevista completa:
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