Sexta-feira, 21 de março de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Rádio Metropole

/

“A venda de áreas verdes e verticalização da orla é uma epidemia para Salvador”, diz liderança do Morro Ipiranga

Rádio Metropole

“A venda de áreas verdes e verticalização da orla é uma epidemia para Salvador”, diz liderança do Morro Ipiranga

Olga Pontes ainda questionou se a prefeitura não consegue enxergar valor, inclusive financeiro, em uma Salvador que preserva seu patrimônio paisagístico

“A venda de áreas verdes e verticalização da orla é uma epidemia para Salvador”, diz liderança do Morro Ipiranga

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 20 de março de 2025 às 18:47

Moradores do Morro Ipiranga têm se movimentado contra a venda da encosta vendida em uma leilão que posteriormente foi cancelado e remarcado pela prefeitura de Salvador. Olga, uma das lideranças do movimento em defesa do morro, comentou, em entrevista ao Jornal da Cidade nesta quinta-feira (20), a revogação do leilão e garantiu que essa deve ser uma luta que abrange não só a encosta da Barra, mas todas as outras áreas verdes vendidas pela gestão municipal. 

Ela ainda fez referência a uma fala do prefeito Bruno Reis, que chegou a dizer que a encosta “não servia para nada”. Olga questionou se ele não conseguiria ver valor inclusive financeiro em uma Salvador que preserva seu patrimônio paisagístico. “Tem muito mais perguntas do que resposta por causa da falta de transparência. Não queríamos estar discutindo agora o edital do Morro Ipiranga, queríamos estar discutindo a não desafetação de áreas verdes. Olhando o edital agora, ele sequer possui a natureza do objeto do leilão, ou seja, de forma nenhuma a prefeitura diz ali se aquela área que ela está colocando para o leilão é edificante ou não. A omissão é mero acaso ou é mais uma estratégia?”, questionou. 

Para Olga Pontes, a venda de áreas verdes na cidade e também a verticalização da orla de Salvador é uma verdadeira epidemia para a cidade. Ela chamou atenção para os 17 terrenos de um pacote de 30, vendidos em leilão no ano passado. “Isso significa que se a população não reagir, nós queremos pedacinho a pedacinho da nossa cidade sendo tomado pelo concreto”, destacou.

Olga classifica a polêmica do leilão anulado como “a consequência negativa de um problema ainda maior, que é a desafetação e cresce de forma descontrolada, sem transparência, sem debate, sem justificativa técnica”.

“Toda aquela encosta que vai do Cristo da Barra até o Clube Espanhol [...] foi doada gratuitamente para prefeitura, que assumiu anos atrás o compromisso de cuidar e preservar como área verde pública para uso comum. Só que ao invés disso, ela desafeta, muito possivelmente de forma não planejada, e coloca para leiloar, privatizar, a verticalizar. Que cuidado é esse com a cidade?”, provocou. 

Confira a entrevista na íntegra: