"A prefeitura está desconsiderando normativas a favor de quem", questiona Bob Fernandes sobre leilão anulado

O leilão da encosta na orla da Barra, anulado pela prefeitura na última sexta-feira (14), foi discutido no programa Três Pontos desta quinta-feira (20). Na bancada, o jornalista Bob Fernandes levantou uma série de questionamentos sobre o caso e apontou que um parecer técnico da própria prefeitura de Salvador destacou a importância ambiental, paisagística e cultural do terreno para a cidade.

“Primeiro que a Constituição do Estado da Bahia e normas federais classificam restingas e áreas em declividade superior a 45º [é o caso da encosta na orla da Barra] como áreas de preservação permanente. A prefeitura está desconsiderando normativas para favorecer a quem?”, questionou. Ele ainda prosseguiu se referindo a um comentário do prefeito Bruno Reis que chegou a dizer que a área “não servia para nada, não gerava um centavo para a cidade”. “Por que a prefeitura só percebe que uma área não tem utilidade pública e desafeta depois que os empreiteiros se interessam por essa área? E se não tem utilidade pública, como é que valem R$ 16 milhões?”, provocou. 

Bob ainda mencionou que, segundo fontes ouvidas por ele, o terreno vale muito mais do que os R$ 16 milhões do lance que arrematou, pode, na verdade, chegar a R$ 50 milhões. Isso porque trata-se de uma área de gabarito limitado, que não faz sombra na praia. “Então você pode construir prédios muito mais altos”, afirmou. Antes de anular o leilão, o prefeito Bruno Reis chegou a afirmar que o terreno serviria para um empreendimento imobiliário de luxo.

Para Bob, o caso em Salvador reflete o que vem acontecendo também em outras cidades do país, que é “um absoluto descontrole dos chamados planos diretores, com as cidades sendo atacadas”.

Confira o comentário na íntegra: