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"Há um preconceito internalizado, inclusive entre os próprios negros", diz Cloves Oliveira sobre eleições
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"Há um preconceito internalizado, inclusive entre os próprios negros", diz Cloves Oliveira sobre eleições
Durante o Jornal da Bahia no Ar, Edvaldo Brito, Clóvis Luiz Pereira e Mário Kertész refletiram sobre os desafios enfrentados por negros na política de Salvador
Foto: Metropress/Samanta Leite
Por que Salvador nunca elegeu um prefeito negro? Esse foi o tema central da conversa entre Edvaldo Brito, Cloves Luiz Oliveira e Mário Kertész no programa Jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metrópole, nesta segunda-feira (3). Durante a discussão, os participantes refletiram sobre os desafios enfrentados por negros na política de Salvador, uma cidade com mais de 80% da população negra.
Clóvis, professor da UFBA e pesquisador da área, destacou a importância da redemocratização do país e os obstáculos históricos enfrentados por candidatos negros. "Há um preconceito internalizado, inclusive entre os próprios negros. A velha máxima de que 'trabalhador não vota em trabalhador', 'negro não vota em negro' e 'mulher não vota em mulher' ainda persiste nas eleições", explicou Clóvis, ressaltando como essas ideias dificultavam o avanço de campanhas políticas mais representativas.
Para ele, o processo histórico precisa ser revisto. "Tivemos uma eleição histórica em 1985, a primeira para prefeito após a redemocratização, com dois candidatos negros, mas a vitória não aconteceu. Era preciso entender o que faltava", destacou.
O pesquisador afirmou que, para chegar a uma explicação, precisou "recuperar uma arqueologia" dos arquivos da época. "Fui atrás dos jornais, das entrevistas e, principalmente, das falas dos protagonistas, como o professor Edvaldo Brito e o Mário Kertész, que estiveram diretamente envolvidos na disputa."
"O marketing político foi fundamental para superar as barreiras do preconceito e fazer com que um político negro se tornasse viável, independentemente da cor de sua pele ou das dificuldades iniciais", afirmou Clóvis. Ele acrescentou que o desafio não se limitava a simplesmente aceitar o preconceito, mas a se impor como candidato e a representar de maneira positiva a comunidade negra, mudando a percepção pública sobre essa representação.
Confira a entrevista completa:
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