Raymundo Paraná critica médicos prescrevem produtos sem comprovação científica: "isso não é medicina"

Nas redes sociais, tornou-se comum o uso de vídeos manipulados utilizando a imagem de personalidades como o médico Drauzio Varella para divulgar produtos e medicamentos, que, muitas vezes, não têm aprovação da Anvisa ou sequer existem. Esse tipo de conduta foi duramente criticado pelo hepatologista Raymundo Paraná no programa especial do Jornal Metropole no Ar desta segunda-feira (27). Para ele, esse tipo de ações, assim como o uso das redes sociais para divulgar notícias falsas e métodos sem comprovação científica, deve ser classificado como estelionato. 

“O que você tem hoje nas redes sociais é crime. E a gente precisa dizer, tem muito criminoso. Cada espalhamento de falsas notícias, de falsos conceitos e falsos tratamentos pode matar pessoas. As pessoas morrem, se não morrem adoecem, alguém está pagando por isso, o sistema paga por isso. Isso não é de graça, só quem não paga é o prescritor que enriquece”, afirmou o médico, comparando 

Paraná apontou ainda desafios na conduta de médicos dentro dos consultórios. Profissionais que prescrevem formulas contestáveis, que vendem aquilo que receitam ou quem têm relações “promíscuas” com laboratórios e farmácias de manipulação, tudo isso em nome da mercantilização da medicina, ferindo o código de ética da profissão. 

“O paciente sai do consultório e já tem algum ligando para vender [aquilo que foi prescrito]. Ou seja, passou uma informação confidencial para alguém que quer vender. A informação é do médico e paciente, é ele que vai decidir o que fazer, o nome disso é sigilo médico, é cláusula pétrea a ética médica. Não há ética, não há ciência, não há decência nesse tipo de prática, isso não é medicina. A medicina existe e é ética e científica", concluiu Raymundo Paraná.

Confira a entrevista: