“Espécie de doping”, diz Raymundo Paraná sobre uso de hormônios sem prescrição

Na literatura, a reposição de testosterona é indicada apenas para aqueles que têm hipogonadismo. Em entrevista ao Jornal Metropole no Ar desta segunda-feira (27), o hepatologista Raymundo Paraná diz que somente 5% a 10% dos homens têm a doença e precisarão do tratamento, o que vai totalmente contra o uso exacerbado que tem aflingido o Brasil nos últmos tempos. Além disso, ele também explica que personalidades nas redes sociais têm influenciado no interesse das pessoas e, em pouquissimo tempo, o uso descontrolado desse tipo de droga pode causar males irreversíveis ao usuário. 

“Aqui, no Brasil, se inventou uma série de situações para justificar a reposição hormonal, que na verdade é uso com interesse meramente estético e de bem-estar. Não tem dúvida que estimula, é uma espécie de doping. Inclusive, pode ter uma ação parecida com a que a cocaína tem no cérebro, por incrível que pareça. E aí se passou para um uso descabido, absurdo, e as redes sociais repercutem conceitos falsos, é uma indústria milionária, isso é importante chamar atenção”, declarou o hepatologista Raymundo Paraná.

Além disso, Paraná expõe que é uma indústria sem regulatório, sem transparência e, por trás disso, há interesse financeiro, porque é um mercado milionário. E, para ele, “tudo que é milionário, tende a ter um peso maior”. O hepatologista também explicou que, como não há um controle, as redes sociais se aliam à desinformação a ajudam no espalhamento de falsos conceitos, fazendo que leigos caiam nessas armadilhas.

Confira a entrevista completa: