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"A esquerda brasileira continua discutindo coisas que não importam", critica Viviane Mosé

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"A esquerda brasileira continua discutindo coisas que não importam", critica Viviane Mosé

A filósofa e psicanalista Viviane Mosé foi entrevistada na Rádio Metropole nesta segunda-feira (11)

"A esquerda brasileira continua discutindo coisas que não importam", critica Viviane Mosé

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 11 de novembro de 2024 às 15:53

“A guerra hoje é virtual”. É assim que a filósofa e psicanalista Viviane Mosé explica a dinâmica da política no Brasil com as redes sociais como ferramenta de fake news e manipulação. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (11), ela lamentou que, enquanto essa “guerra acontece”, a esquerda se concentra naquilo que não mudará o cenário.

“Fico muito triste de ver que a esquerda brasileira continua discutindo coisas que não são importantes. Está discutindo porque o pobre votou na direita. O pobre não votou na direita, votou em alguém que ele acredita de verdade que vai tirá-lo da situação e isso é feito por manipulação da informação. A guerra hoje é virtual, é aqui que acontece a política”, disse. Mosé cita a importância de criar regras de controle para as redes como forma de combate à manipulação e fake news, o que poderia ter sido feito, segundo ela, antes mesmo das eleições deste ano. “Mas a própria esquerda diz ‘não pode controlar a rede’, como não pode controlar a rede se tudo acontece lá?”, questionou. 

Para a psicanalista, este processo de estruturação das redes sociais como ferramenta política de fake news e manipulação começou nas manifestações de 2013 no Brasil, conhecidas como Jornadas de Junho. Segundo Mosé, foi neste episódio que a população rompeu seus laços reais com instituições e organização não governamental, sob o pretexto de uma manifestação “sem liderança”.

“O que aconteceu ali foi um processo de manipulação de rede que colocou todo mundo na rua. Manipulação pra que sentido? Temos no Brasil, uma sociedade civil muito organizada. Sindicato, associação de moradores, associações LGBTQIA+. Em 2013, a gente foi para rua sem liderança. Foram desfeitas ou desacreditadas para a população as suas organizações civis, seus representantes e passamos a nos ligar apenas à internet. Então, hoje, nós não temos mais a vinculação com a realidade, com o mundo. Nós só nos vinculamos ao que é publicado. E o que é publicado é muito mais fácil de ser manipulado”, explicou.

Confira a entrevista na íntegra: