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Jânio de Freitas: O que se pratica no Brasil é censura sob o nome de jornalismo
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Jânio de Freitas: O que se pratica no Brasil é censura sob o nome de jornalismo
No Programa Três Pontos desta quinta-feira, após demissão de ex-ministra de Relações Exteriores da Argentina, Janio de Freitas comentou sobre como parte de jornais brasileiros não se comprometem em “apenas informar”
Foto: Reprodução/Youtube
“Censura sob o nome de ‘jornalismo””, assim o jornalista Janio de Freitas definiu a conduta de boa parte dos jornais brasileiros e a forma como eles estabelecem seus critérios para decidir o que deve ser informado à população. No Programa Três Pontos desta quinta-feira (31), Janio de Freitas comentou como os jornais do Brasil se posicionam sem levar determinadas informações ao leitor, como exemplo, ele citou a votação da ONU sobre o embargo norte-americano a Cuba.
Nesta quarta-feira (30), a Assembleia Geral da ONU reafirmou, com ampla maioria, seu pedido para que os Estados Unidos encerrem o embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba. A ministra de Relações Exteriores da Argentina foi demitida depois do voto do país na assembleia. Isso porque o posicionamento foi entendido como uma decisão que supostamente os aproximava mais dos “comunistas cubanos” do que dos Estados Unidos.
“Olha, esse [assunto] aí da Argentina, sugeriu um assunto batido, mas sempre valioso. Que é o de censura que se pratica no Brasil sob o nome de jornalismo. Essa demissão da ministra de Relações Exteriores da Argentina se deu porque o embaixador argentino na ONU votou contra o embargo americano a Cuba. Procurem por aí. Deveriam ter procurado ontem essa notícia na televisão, no rádio, nos jornais. Na maior parte dos casos, seria um trabalho, absolutamente, um esforço absolutamente inútil. Isso é de uma pobreza mental. Isso é de uma pobreza política. É uma pobreza ética, moral, de país muito rastaquera, atrasado”, declarou.
O jornalista continuou questionando quais seriam as grandes motivações por trás da decisão de não informar às pessoas sobre uma notícia que impacta o mundo de forma tão significativa. De acordo com Freitas, talvez a decisão esteja no fato de que se relaciona diretamente ao embargo estadunidense e ao fato de envolver Cuba, por ser um país comunista, principalmente se indicar algo que seja a favor.
“Qual é a razão da censura? Porque é censura praticada por jornalistas que se dizem jornalistas profissionais. O que o leitor tem a ver com as obsessões desses detentores do poder de informar ou não informar e desinformar? É uma vergonha isso para qualquer jornalista profissional que se preste e tenha dignidade e respeito pela sua profissão. É uma vergonha que aconteça com tanta frequência esse tipo de coisa no jornalismo brasileiro. Eu não me lembro agora, mas já havia visto dois ou três outros casos nessa mesma semana de notícias ‘surrupiadas’, sonegadas ao leitor ou espectador”, finalizou o jornalista Janio de Freitas.
Confira o programa na íntegra:
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