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“O judeu precisou ‘aportuguesar’ o sobrenome para se inserir na sociedade”, explica historiadora
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“O judeu precisou ‘aportuguesar’ o sobrenome para se inserir na sociedade”, explica historiadora
Em entrevista, historiadora falou sobre história judaica e motivo da mudança de sobrenomes
Foto: Reprodução/Youtube
Iria Chocron é historiadora, pesquisadora e professora, com importante função de pesquisa e divulgação da história dos Judeus Sefaradim na Amazônia. Em entrevista à Rádio Metropole, Iria falou sobre o seu primeiro livro, o lançamento do segundo e a história dos judeus no Brasil, especialmente na Amazônia. Seu primeiro livro trata dos judeus e descendentes que chegaram na ilha de Marajó e lá ficaram. No seu segundo livro, a historiadora trata da educação familiar judaica no Ciclo da Borracha, na Amazônia.
Sobre a mudança de sobrenomes judaicos para as ‘versões’ em português, a historiadora apontou uma necessidade de mudança completa para os recém-chegados ao Brasil. Em exemplo, Chacron explica o motivo do sobrenome “Melu” se tornar “Mello” no Brasil. “Assim que chegavam aqui na Amazônia, os judeus tinham que se adaptar em todos os sentidos, incluindo a questão do sobrenome. Porque os cartórios locais tinham que nombrar um sobrenome que desse para que os judeus pudessem viver em sociedade amazônida, além da brasileira, a amazônida. Então, ficou muito mais plausível para o cartório brasileiro ‘aportuguersar’ os sobrenomes para que o cidadão imigrante pudesse se inserir na sociedade de uma forma mais fácil, sem que a sociedade estranhasse”, explicou.
A historiadora ainda relatou experiências vividas por conta do seu próprio sobrenome. Em uma busca nos cartórios nacionais, ela identificou variadas formas do seu sobrenome, indo de “Chocron” até versões com a letra “K” e dois “C”, apontando uma falta de padronização para um nome de uma mesma origem.
Na busca por sua origem, foi necessário que a historiadora entrasse com ação na Justiça para recuperar o sobrenome, que em dado momento da história, teve seu avô registrado com “Siqueira”. “Em 2010, passei por uma audiência e o promotor perguntou se eu queria mudar o sobrenome e eu falei que queria recuperar as origens marroquinas”, afirmou. A pesquisadora, inclusive, declarou que precisou apresentar ficha criminal para provar que não estava fugindo do país, mas em busca de recuperar o que lhe pertencia.
Confira a entrevista:
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