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Mpox ou varíola dos macacos? Médica infectologista explica doença de emergência sanitária global
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Mpox ou varíola dos macacos? Médica infectologista explica doença de emergência sanitária global
Médica infectologista, Clarissa Cerqueira foi entrevistada no Jornal da Bahia no Ar desta segunda-feira (19)
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, a mpox registrou um aumento no número de casos no mundo nas últimas semanas. Com isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no último dia 14 de agosto, a doença como Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Nesta segunda-feira (19), em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, a médica infectologista Clarissa Cerqueira esclareceu as principais dúvidas relacionadas à doença.
Monkeypox x Varíola dos Macacos
Apesar de parecer novo, a mpox já existe há anos. No entanto, no Brasil era popularmente conhecida como varíola dos macacos, pois se origina do vírus monkeypox, em tradução livre para o inglês. Segundo Cerqueira, a nomenclatura foi alterada para evitar a associação direta aos macacos como principais transmissores do vírus. A doença é transmitida por animais silvestres, porém a disseminação entre humanos pode ser pelo contato ou relações sexuais. O nome foi alterado para evitar maus tratos aos animais.
É uma DST?
A médica destacou que a doença está sendo registrada, em sua maioria, em pacientes homens e sendo apresentada como uma doença sexualmente transmissível.
"O que mais chama atenção é a ferida. Antes era muito frequente a lesão no corpo todo, mas agora o que a gente vê com mais frequência é uma lesão única, uma ferida na região genital. Já tem outras doenças que causam úlcera na região genital, a mpox virou mais uma", disse Cerqueira.
Além das feridas, que podem ser várias no corpo, outros sintomas podem aparecer, como febre, dor de cabeça, mal-estar, conforme completou a infectologista. "Ficar atento a isso, muitas vezes a própria lesão pode não aparecer ou pode demorar também. Pode acontecer também do paciente ter febre e depois de uns dias aparecem [as feridas], então é ficar atento", explicou.
Casos na Bahia
Na Bahia, o cenário vai na contramão dos números globais, apresentando uma queda acentuada nos registros desde 2022, segundo dados da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab). Em relação aos números apresentados no estado, a médica afirmou que não se trata de uma doença que se "alastrou", mas precisa ser prevenida desde já para evitar a disseminação.
"A gente tem que ficar vigilante, ficar atento a esses números, se vai subir, se vai descer, se vai permanecer [...] Já vai tomando medidas de orientação, de educação, porque a gente vai é reduzindo a transmissão, vai que pode no futuro aumentar", pontuou. A infectologista ainda destacou que o tratamento é de controle de sintomas, por isso é necessário o isolamento para não transmitir o vírus.
Cerqueira completou ainda que a época do ano (inverno) acaba por auxiliar a proliferação do vírus, já que por conta da temperatura há uma tendência de maior proximidade entre as pessoas e da preferência por ambientes fechados, o que facilidade não só o contágio da mpox, como de outras enfermidades de contato.
Confira a entrevista:
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