Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quinta-feira, 04 de julho de 2024

Home

/

Notícias

/

Rádio Metropole

/

Arnando Lessa critica desafetação de terrenos públicos em Salvador: “Tudo entregue a poucas pessoas”

Rádio Metropole

Arnando Lessa critica desafetação de terrenos públicos em Salvador: “Tudo entregue a poucas pessoas”

O vereador petista foi o quinto sabatinado no Jornal da Cidade

Arnando Lessa critica desafetação de terrenos públicos em Salvador: “Tudo entregue a poucas pessoas”

Foto: Metropress/Fernada Vilas Boas

Por: Metro1 no dia 27 de maio de 2024 às 18:54

O vereador Arnando Lessa (PT) foi um dos entrevistados da sabatina do Jornal da Cidade desta segunda-feira (27) e criticou o projeto de desafetação das áreas verdes de Salvador. Para Lessa, essas medidas entregam a cidade “nas mãos de poucas pessoas” em um “jogo combinado”. 

Segundo o vereador, juntos, o prefeito Bruno Reis e o ex-prefeito ACM Neto, ambos do União Brasil, desafetaram 703 mil metros quadrados em Salvador. Enquanto todo os outros gestores municipais, desde 1979, somam pouco mais de 600 mil metros quadrados desafetados, de acordo com Lessa. “Isso é uma coisa que a Câmara Municipal tem que perguntar e eu pergunto. Você não vê desafetação na área suburbana, só desafeta terreno na Vitória, Itaigara, área nobre”, disse. 

Lessa chamou atenção ainda para os terrenos que foram desafetados pela prefeitura, mas não tiveram lances no leilão da Secretaria da Fazenda. “Isso é triste, porque depois voltam a ser leiloados com 80% de abatimento e depois, se ninguém aparecer, [é vendido a]qualquer preço. Isso é para comemorar ou é combinado o jogo”, pontuou.
“São essas violências que um dia vão fazer com que não tenha onde fazer uma creche, uma praça, tudo entregue, entregue a poucas pessoas”, concluiu.

Relação com o prefeito Bruno Reis

Integrante da base oposicionista ao prefeito Bruno Reis (União) na Câmara Municipal de Salvador, Lessa criticou a gestão municipal e disse que tem cobrado do prefeito explicação sobre as obras na cidade, mas não vem recebendo retorno. “Nunca tive uma audiência com o prefeito, mas não reclamo, o povo me colocou na oposição e é na oposição que tenho que ficar”, disse.

Questionado se participaria da campanha do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) à prefeitura de Salvador, Lessa respondeu enfaticamente que sim e “de mala e bagagem”. 

Projeto para orla de Salvador

Em 2003, Lessa foi secretário de Serviços Públicos da gestão de João Henrique, cargo que lhe rendeu uma série de polêmicas. Em especial, o projeto de requalificação da orla, que anos depois provocou a derrubada das barracas de praia da cidade por ordem judicial. Na sabatina, o vereador relembrou o momento e afirmou que o fracasso do projeto estava relacionado a uma briga política. 

“A briga foi política. Na realidade, o MDB, à época, queria ingressar na gestão municipal, era um parceiro a chegar e precisava de espaço no governo. O espaço precisava ser construído e a secretaria mais importante era que Nestor era secretário e eu na SESP [Secretaria de Serviços Públicos]. Precisavam demonstrar o PSDB da base de João Henrique para o MDB ocupar. Então no bastidor é isso, foi toda uma montagem feita com denúncias falsas sobre irregularidades [...] Tanto é que eu voltei para a secretaria”, disse. 

Ainda sobre o projeto para orla de Salvador, Lessa disse que o episódio não teria causado um mal-estar entre ele e o então prefeito João Henrique. O hoje vereador não respondeu como é a relação entre os dois atualmente, mas disse que, à época, o então prefeito não chegou a culpá-lo pelo fracasso do projeto da orla. “O prefeito nunca me disse que a culpa era minha, pelo contrário, na mesa dele tinha uma estrutura das barracas que ele mostrava com todo mundo como um grande feito [...] tanto é que ele brigou, inclusive, não sei se a forma dele brigar ajudou ou prejudicou [...] A estratégia de enfrentamento não foi a mais adequada para o momento e gerou um enfrentamento direto com o juiz federal. E aí houve todos os dobramentos. Mas ele nunca me disse que eu era culpado, porque tudo que eu, secretário subordinado a ele, fazia submetia a ele”, afirmou.

Orla atualmente

O vereador ainda criticou a situação atual da orla. Para ele, a região, depois de mais de 10 anos da derrubada das barracas, continua sem fornecer estrutura a banhistas, turistas e comerciantes. “Até agora você tem a orla sem nenhum equipamento [...] tudo falta à orla. Por mais que o prefeitura tenha feito requalificação no entorno da praia, são equipamentos que não respondem diretamente ao interesse de quem frequenta”, avaliou.

Confira a sabatina na íntegra: