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Diretor de jornalismo da Band relembra Comício da Central do Brasil que abriu portas para a Ditadura Militar
Fernando Mitre concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (13)
Foto: Reprodução/Youtube
Há exatos 60 anos aconteceu o comício da Central do Brasil, em que o então presidente da República João Goulart, ou Jango, anunciava reformas estruturais no país. O ato foi um divisor de águas e culminou em um processo político que abriu portas para a Ditadura Militar. É neste contexto que o diretor nacional de jornalismo da Rede Bandeirantes (Band), Fernando Mitre, comenta momentos que vivenciou como repórter e que contribuíram para seu livro "Debate na Veia: nos Bastidores da Teve - A Democracia no Centro do Jogo". O jornalista foi entrevistado na Rádio Metropole, nesta quarta-feira (13)
"Eu era repórter sindical no começo nos anos 1960 e estava em Minas Gerais, convivendo com todas aquelas lideranças e reformas de Jango provocando todas aquelas reações. Faz 60 anos que Jango esteve na Central do Brasil naquele comício que, na minha opinião, foi o começo da última fase da derrota. Ali configurou-se que ele ia car. Eu era muito novo, mas ainda pude sentir ali algum sinal de que as coisas iam muito mal para o governo", disse em entrevista.
O livro de Mitre traz a democracia como objeto principal, e aborda acontecimentos anteriores a esse período que ficou marcado pelo último ato popular antes do regime. Dividido em 68 capítulos, a obra traz como referência os debates eleitorais na Band, emissora que tem tradição neste tipo de produção.
"É uma história da democracia, durante 60 anos. Os bons momentos, os péssimos, os dramáticos e depois a volta triunfal. Eu cheguei na band nos anos 80 e ela já tinha feito alguns debates maravilhosos. Ela tinha se notabilizado como um centro democrático essencial. Para se ter uma ideia, a Band enviou um repórter ao exterior para entrevistar em exílio Luis Carlos Prestes em pleno regime militar", descreveu.
Bastidores dos debates
Mitre relembrou ainda momentos de tensão nos bastidores das eleições e debates decisivos. O de 1989 foi um deles. Naquele ano, ao menos seis candidatos tinham reais chances de avançarem para o segundo turno na disputa pela Presidência. O último debate, para ele, foi um marco importante daquele pleito.
"Houve um momento que Collor já estava na dianteira nas pesquisas, mas o segundo lugar era uma discussão interminável, era Brizola, Mário Covas, Lula. [...] quando deu Lula [no segundo turno], houve uma polarização que virou um confronto ideológico e naquele segundo turno que Lula estava ganhando, mas teve uma inversão na ultima semana e teve aquele segundo debate que, na minha opinião, não sei se definiu, mas acabou configurando uma situação que tendia para derrota de Lula", rememorou o jornalista.
Confira a entrevista na íntegra:
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