Rádio Metropole
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Zanin pode se tornar o grande erro de Lula, diz Pedro Doria
O jornalista afirmou, em entrevista à Rádio Metropole, que um Supremo Tribunal Federal com maioria conservadora representaria o fim de avanços conseguidos pelo país
Foto: Reprodução/Radio Metropole
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), se tornou alvo de críticas após votos com posicionamentos considerados conservadores. Em entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (29), o jornalista Pedro Doria avaliou a indicação como um erro para o chefe do Executivo brasileiro.
De acordo com ele, a situação fica ainda mais complexa quando se analisa a possibilidade de uma Corte com maioria conservadora nos próximos anos. “Partindo-se do princípio de que uma das preocupações do presidente Lula, como político de esquerda, é deixar um legado progressista para o Brasil, ou seja, um processo de expansão de direitos, Zanin se torna um problema, porque os votos dele têm sido consistentemente em par com os dois ministros bolsonaristas da Corte e isso não era esperado”, analisou o jornalista.
Para Doria, em um cenário em que o Congresso Nacional não enfrenta as grandes questões da sociedade, a Justiça acaba sendo a saída para a população. Um Supremo Tribunal Federal conservardor, no entanto, significaria, segundo Doria, o fim de avanços que vêm acontecendo através da Corte.
“O Supremo é uma Corte constitucional, o texto está lá, mas a interpretação que vale é a que os 11 ministros fazem. Hoje, temos três ministros conservadores, se a gente contar com Zanin. Dois foram indicados por Bolsonaro, o outro, pasmem, foi indicado por Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.
A questão, segundo Doria, é que há uma grande possibilidade da Corte ser formada por uma maioria conservadora. Isso porque o presidente eleito em 2026 deve indicar três nomes para substituir os ministros Gilmar Mendes, Carmem Lúcia e Luiz Fux, que se aposentam durante o próximo mandato presidencial. Caso os novos nomes indicados tenham perfil conservador, eles formarão maioria.
“Não é absurdo o cenário em que um bolsonarista, alguém que representa não um conservadorismo, mas um reacionarismo, chegue ao governo. Se isso acontecer e essa pessoa indicar três ministros conservadores, vamos ter seis ministros conservadores. Ou seja, a gente vai ter isso, durante pelo menos 20 anos, porque agora a gente nomeia ministros com 40 e tantos anos, ministros jovens e só precisam se aposentar aos 75 anos”, conjecturou o jornalista.
Confira a entrevista na íntegra:
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