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"Em situação de crise, é fácil renunciar à democracia", diz Wilson Gomes sobre apoio popular a líderes autoritários

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"Em situação de crise, é fácil renunciar à democracia", diz Wilson Gomes sobre apoio popular a líderes autoritários

O pesquisador analisou a ascensão dos governos autoritários no continente americano nos últimos anos

"Em situação de crise, é fácil renunciar à democracia", diz Wilson Gomes sobre apoio popular a líderes autoritários

Foto: Fernanda Vilas/Metropress

Por: Metro1 no dia 02 de agosto de 2023 às 12:52

O professor Wilson Gomes, em entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (2), analisou a ascensão dos governos autoritários no continente americano nos últimos anos. A análise acontece após o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciar um cerco militar a uma região inteira do país na terça-feira (1º).

"A tendência para os governos autocráticos na América Central de direita e de esquerda é impressionante. De alguma maneira, Trump, Bolsonaro, são um conjunto de figuras autocráticas que despertaram no últimos anos. Essa força da extrema direita mexeu nos imaginários. Parecia que a democracia iria no automático, todo mundo é democrata".

O pesquisador analisou como esse tipo de figura ganha força em meio à população.

"As pessoas são democratas nominalmente, porque todo esse pessoal diz que estão fazendo uma melhor democracia, mas, no fundo, as pessoas querem resolver os seus problemas, tem suas urgências. No caso de El Salvador, foi o problema da violência. O cara encheu as cadeias, resolveu o problema da violência urbana e as pessoas aprovaram", afirmou.

Wilson Gomes avaliou que, em situações de crise, se torna mais fácil renunciar à democracia. 

"Às vezes as pessoas tomam decisões autoritárias porque a democracia é muito lerda, negociada, às vezes não faz a entrega que a pessoa precisa. Miséria não desaparece, violência não desaparece por causa da democracia. É facil pessoas em situação de crise renunciarem à democracia. A não democracia sempre é uma tentação, uma tentação perene"

Veja a entrevista: