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"Para algumas pessoas fazer terapia se tornou status", diz psiquiatra Rosa Garcia
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"Para algumas pessoas fazer terapia se tornou status", diz psiquiatra Rosa Garcia
Em entrevista à Rádio Metropole, nesta quarta-feira (5), a especialista também reconheceu que ainda existe um preconceito sobre o acompanhamento psiquiátrico
Foto: Reprodução/Youtube
Nas redes sociais, já se tornou comum circular a frase “todo mundo tem que fazer terapia". A psiquiatra e professora universitária Rosa Garcia, no entanto, defende que para algumas pessoas esse tipo de acompanhamento se tornou “status”. Em entrevista à Rádio Metropole, nesta quarta-feira (5), a especialista falou sobre a visão que as pessoas têm da terapia e sobre o uso excessivo de medicamentos controlados por parte do jovens.
Para Rosa Garcia, muitas pessoas gostam de falar que estão sendo acompanhadas por um psicoterapeuta ou que fazem terapia com frequência. Apesar disso, a médica reconheceu que ainda existe um preconceito sobre o acompanhamento psiquiátrico.
“Um paciente meu, há algum tempo atrás, pediu para que não chamasse ele pelo nome para que as pessoas não identificassem que ele estava em uma sala de espera de um psiquiatra. E, muitas vezes, isso não só pelo paciente, muitas vezes pela família também. Hoje, o preconceito é muito menor que antes, mas ainda existe. E é uma dificuldade que compromete quem tem o sintoma. É um especialista como qualquer outro, se você tem uma distensão vai a um ortopedista e não tem nenhum receio de ir a um ortopedista”, disse.
Sobre o crescimento de jovens com sintoma de ansiedade, a psiquiatra relacionou o cenário a uma mudança na sociedade. Para ela, hoje, com uma diversidade de estímulos muito maior do que antes, os jovens se sentem com o compromisso de corresponder a expectativa do outro. "Isso gera esses sintomas de ansiedade, dor no peito. Porque o jovem hoje se sente exigido a preencher a expectativa do outro”, analisou.
A psiquiatra falou também sobre o uso excessivo de remédios controlados para melhorar a produtividade desse público. Para ela, a atual situação existencial da nossa sociedade explica esse crescimento.
“Na minha época era o pensar que valia. Hoje é o atuar. Por isso, o uso abusivo dessas drogas. É preciso ter muito cuidado ao passar esse medicamento, porque ele dá uma hiperatividade, faz o jovem se sentir mais ágil, mais apto, ele pensa mais ligeiro”, explicou a psiquiatra.
Assista à entrevista na íntegra:
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