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Wilson Gomes questiona ataques sofridos pela mãe que “vandalizou” livro de Emicida; escute comentário
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Wilson Gomes questiona ataques sofridos pela mãe que “vandalizou” livro de Emicida; escute comentário
Mãe de um aluno do ensino fundamental de uma escola particular, a mulher foi acusada de intolerância religiosa após riscar com indicações de salmos bíblicos o livro que trata sobre orixás
Foto: Divulgação
O professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e comentarista da Rádio Metropole, Wilson Gomes, questionou os ataques sofridos pela mãe que “vandalizou” o livro infantil Amoras, do rapper Emicida.
Mãe de um aluno do ensino fundamental de uma escola particular de Salvador, a mulher foi acusada de intolerância religiosa após riscar com indicações de salmos bíblicos o livro que trata sobre orixás. Ela nomeou as informações sobre orixás como "falsas".
Em seu comentário, Gomes questionou os defensores de punir severamente a mãe. "Faz sentido em arrastar algemada para uma delegacia uma mãe evangélica de uma criança do ensino fundamental por crime de racismo apenas porque resolveu usar páginas de um livro para defender politicamente um ponto de vista, que pode até ser errado segundo uma lógica secular, mas que certamente é defendido por boa parte da população das periferias deste país? Ou linchá-la e insultá-la de ignorante, preconceituosa e má, como já o fizeram? E isso com que propósito? Para defender com tochas a tolerância religiosa e racial? Não é contraditório?", perguntou.
"Será que pessoas que acham que uma mãe evangélica de Salvador deva ser presa por racismo apenas por ter dito que os orixás são anjos caídos seriam capazes de propor normas razoáveis sobre discurso de ódio e limites da liberdade de expressão? E essas normas 'razoáveis' seriam capazes de acomodar algum nível de divergência legítima e desacordos permanentes na nossa sociedade, ou apenas a posição dos progressistas seria assumida como respeitável?", acrescentou.
O especialista ressaltou que a liberdade de expressão não foi estabelecida para proteger a opinião de progressistas em uma sociedade progressista. "Mas (sim) a liberdade de pensamento, a diversidade de pontos de vistas, a liberdade humana, enfim. Se citações de uns salmos e epístolas num livro equivocadamente considerado religioso não são protegidas pela liberdade de expressão, o que mais seria?, questionou.
Confira o comentário na íntegra:
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