Política
Em depoimento à PF, Ramagem diz ter ‘apreço’ pela família Bolsonaro, mas nega relação pessoal
O diretor-geral da Abin afirmou ainda que ‘o motivo de sua desqualificação’ para comandar a corporação era não ser próximo a Moro
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Em depoimento prestado ontem (11) à Polícia Federal (PF) sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, afirmou ter “apreço” pela família do chefe do Executivo, mas negou ter intimidade com eles.
Ramagem era o nome desejado por Bolsonaro para ocupar o lugar de Valeixo, demitido pelo próprio presidente. A nomeação foi barrada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que argumentou ter entendido que houve desvio de finalidade.
O relato de Ramagem à PF foi revelado pelo G1. De acordo com o site, ele disse ter “ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família de Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República em seu trabalho, mas não possui intimidade pessoal com seus entes familiares”. Ele disse ainda que, em seu entender, “o motivo da sua desqualificação, portanto, foi o fato de não integrar o núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro Sergio Moro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome”.
Alexandre Ramagem foi chefe de segurança de Bolsonaro durante a campanha presidencial do então candidato, em 2018. Em foto divulgada nas redes, ele aparece ao lado do vereador Carlos Bolsonaro em festa.
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