Política
Lula diz que Bolsonaro ‘não foi eleito para governar para milicianos’ e cita Marielle
Ex-presidente também criticou Guedes, Moro, Dallagnol e TV Globo
Foto: Reprodução
Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o presidente Jair Bolsonaro (PSL), na tarde deste sábado (9), ao afirmar que ele não foi eleito para governar para milicianos. “Tem gente que fala que precisa derrubar o Bolsonaro, tem gente que fala em impeachment. Veja, esse cidadão foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Agora, ele foi eleito para governar para o povo brasileiro e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, disse.
Ele também vinculou o chefe de Estado a milicianos. “A gente tem que ter a seguinte decisão, esse país é de 210 milhões de habitantes e a gente não pode permitir que os milicianos acabem com esse país que nós construímos”.
E, continuou: “Não é a gravação do filho dele que vale. É preciso de uma perícia séria. Para a gente saber quem matou Marielle, a nossa guerreira”, afirmou numa referência ao sistema da portaria do condomínio do Rio de Janeiro em investigação no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018. “Onde está o Queiroz”, perguntou Lula, antes de dizer que o atual presidente sempre ofendeu negros, mulheres e gays.
O petista ainda acrescentou que Bolsonaro nunca trabalhou e quer tirar aposentadoria do povo brasileiro. “Esse cidadão que nunca trabalhou, que diz que não é político, eu até mandei fazer o levantamento, pedi pra Gleisi fazer, pra saber quantos discursos o Bolsonaro fez contra o meu governo. Ele nunca fez um discurso que prestasse, ele só sabia ofender as mulheres, os negros, o povo LGBT. Eu quero saber por que esse cidadão que se aposentou muito jovem quis tirar a aposentadoria do povo trabalhador brasileiro”.
Antes, Lula avaliou que Bolsonaro deve eleição ao ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça Sérgio Moro. “Eu não sei se vocês perceberam ontem, numa falha do discurso do Bolsonaro, ele chegou a confessar que ele devia as eleições ao Moro. Na verdade, ele deve ao Moro, ele deve aos juízes que me julgaram e ele deve à campanha de fake news e mentiras que fizeram com o companheiro Fernando Haddad e contra a esquerda nesse país”.
O ex-presidente ainda acusou o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, de montar uma quadrilha. “Eu precisava provar que o Dallagnol não representa o Ministério Público, que é uma instituição séria. Ele montou uma quadrilha”.
Lula também chamou o ministro da Economia, Paulo Guedes de ministro destruidor de empresas públicas. “Eu duvido que o seu Bolsonaro durma com a consciência tranquila que eu durmo. Eu duvido que o ministro demolidor de sonhos, destruidor de empregos e empresas públicas, chamado Guedes, durma com a consciência tranquila que eu durmo. E eu quero dizer pra eles que eu estou de volta, eu estou de volta”.
O petista seus ataques à TV Globo. “Vocês não têm dimensão do que significa o dia de hoje para mim. Lá em cima [olhando para cima] está o helicóptero da Rede Globo de televisão para falar merda outra vez sobre Lula e sobre nós”.
Lula estava acompanhado, entre outros, do ex-prefeito e ex-presidenciável Fernando Haddad, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de Guilherme Boulos (MTST) e de João Paulo Rodrigues (MST).Ao subir ao caminhão de som, foi recebido aos gritos de "Lula, livre" e acenou aos presentes.
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