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Inquérito investiga transações entre Prisco e Aspra; deputado nega

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Inquérito investiga transações entre Prisco e Aspra; deputado nega

A Polícia Civil baiana apura ainda a compra de um imóvel de luxo em Santo Antônio de Jesus, na Bahia

Inquérito investiga transações entre Prisco e Aspra; deputado nega

Foto: Reprodução / G1

Por: Metro1 no dia 04 de outubro de 2019 às 13:25

Um inquérito policial, obtido com exclusividade pelo Metro1, investiga denúncias contra o deputado estadual Soldado Prisco. De acordo com dois depoimentos anexados à acusação – um de um policial e outro de um ex-assessor do político –, Prisco realiza constantes saques irregulares das contas da associação que comanda. Além disso, há indícios de desvio de finalidade de funcionários do escritório do deputado-militar. Procurado pelo Metro1, Marco Prisco negou as acusações. 

Depoimento colhido em 13 de novembro de 2015, de um militar que tem seu nome preservado, aponta que a prestação de contas da Aspra não é transparente. “Contou que pediu a um sargento da PM e ao coordenador e aluno a oficial (nome mantido sob sigilo) uma prestação de conta do que era feito com o dinheiro dos associados, mas obteve um  não como resposta. Chegou a comentar com a dupla sobre desvios, mas ouviu deles que estaria ‘inventando coisas’”. 

A Polícia Civil baiana apura ainda a compra de um imóvel de luxo em Santo Antônio de Jesus, na Bahia, que teria sido efetiva com dinheiro proveniente das mensalidades pagas por praças para a Aspra.

Em outro depoimento, prestado em 17 de novembro de 2015, um ex-funcionário de Prisco relata que era obrigado a trabalhar, sem remuneração, na Aspra. Além disso, reafirma as suspeitas sobre a prestação financeira da Aspra. “Sobre prestação de contas da Aspra, ele informou que não existia balanço das atividades financeiras. Que presenciou estagiários do gabinete do parlamentar na Alba catalogando notas fiscais para o contador da Aspra, Alessandro Borges, ex-PM”, diz o inquérito. 

Continua: “O assessor relatou que todos os funcionários na época da Câmara de Vereadores foram obrigados a trabalharem na campanha de Prisco para deputado estadual. Ele não soube explicar como foi financiada a campanha, mas contou que não houve problemas financeiros. Informou que fez dois depósitos de R$ 10 mil na conta de Prisco e que o parlamentar o orientou, se fosse perguntado, a falar que o montante era o seu próprio salário. Completou citando que presenciou outros funcionários do gabinete do vereador fazendo o mesmo processo”.

Contatado pelo reportagem, o deputado negou qualquer irregularidade na contratação de funcionários. Além disso, afirmou que desconhece o inquérito em questão. Prisco diz ainda que não foi chamado para depor.  “Esse tal inquérito eu desconheço, tem um processo que ex-integrantes da Aspra moveram. De 5 mil páginas, o MP só aproveitou uma acusação. Só isso. Fora isso, não tem mais nada. Quebraram meu sigilo, tudo. Minha casa é comprada com meu dinheiro e não foi esse valor”, alegou.

Ele reconhece que, eventualmente, funcionários do gabinete na Assembleia frequentam a Aspra, mas diz não existir prestação de serviço. “Eventualmente alguém vai lá levar um documento, mas isso não existe. Se trabalha [na Aspra], recebe”, assegurou.