Política
Salles diz que falta de financiamento à filosofia é 'semelhante à entrar com polícia no campus'
Ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou, em audiência na Comissão de Educação no Senado nesta semana, que é errado a polícia não poder entrar na universidade
Foto: Matheus Simoni/Metropress
O reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), João Carlos Salles, disse que o anúncio feito pelo governo Bolsonaro de reduzir o financiamento para os cursos de filosofia e sociologia são semelhantes ao interesse de autorizar a entrada de polícia nos campus da instituição.
O ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou, em audiência na Comissão de Educação no Senado nesta semana, que é errado a polícia não poder entrar na universidade.
"Quando se diz que áreas de filosofia e sociologia não devem ser financiadas, essa agressão parece semelhante à pretensão de entrar com polícia no campus e fazer polícia de costumes na universidade. É uma pretensão que é mesquinha à ideia de universidade, que deixa de ser lugar de colaboração entre saberes", declarou o reitor, em entrevista à Rádio Metrópole.
"A filosofia é o diálogo perpétuo com cada ciência e não é apenas dizer o que é verdadeiro, mas as condições do que é verdadeiro. A universidade cobra de você provas e a lógica, a razão do seu discurso", justifica.
O vice-reitor Paulo Miguez também falou sobre a justificativa do governo Bolsonaro para corte de verbas nas universidades federais, sob a justificativa de foco no ensino básico.
"Quando o ministério diz que a opção é o ensino básico, náo há básico sem superior. Quem forma os professores? Creche não é depósito de criança, precisa de psicólogos formados pelas universidades. Isso é uma falsa questão. Quando ministro de estado diz que não produz pesquisa, é um desconhecimento que causa espanto. Mais de 90% do conhecimento cientifico é na universidade pública", disse.
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