Política
"Virou modinha": AL-BA tenta 'transformar' cidades interioranas em 'capitais de alguma coisa’
Caso mais recente é de Morro do Chapéu, que pode vir a se tornar “capital do vinho” após proposta apresentada na Casa Legislativa
Foto: Vaner Casaes/ALBA
Da capital do bode à capital do cacau, é fato que a Bahia tem diversas cidades que se autointitulam “capitais de alguma coisa”. Na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), virou “modinha” a apresentação de projetos de lei que visam dar título a cidades interioranas do estado.
O caso mais recente é de Morro do Chapéu, cidade localizada na região da Chapada Diamantina. A proposta é do deputado estadual Pedro Tavares (União), que busca tornar o município na “capital do vinho”. Além de querer esse título para Morro do Chapéu, o parlamentar ainda sugeriu a criação do “Festival do Vinho”, evento que, caso aprovado, acontecerá anualmente no mês de agosto.
Já a deputada estadual Ludmilla Fiscina (PSD) apresentou uma proposta para transformar Alagoinhas na "capital da cerveja", com o argumento de que a região se tornou um pólo industrial de bebidas.
Fica o questionamento, entretanto, se de maneira prática, esses projetos de lei geram efeitos reais para os lugares que recebem os títulos. A 119 quilômetros de Salvador, Cachoeira se torna uma vez no ano a capital da Bahia. No dia 25 de junho, ocorreu a transferência da capital de Salvador para o município do Recôncavo baiano. A tentativa de prestigiar, no entanto, é despercebida até pelos moradores. É o caso de Ana Beatriz, estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). “Não sabia que de fato uma vez no ano Cachoeira passa a ser a capital da Bahia”, afirmou.
Por outro lado, há quem veja como positiva a criação desses títulos de capitais. Para o cientista político Cláudio André, a medida pode gerar um crescimento e desenvolvimento econômico para os locais.
“Um projeto de lei é exatamente para conseguir também gerar uma gestão de políticas públicas que fortaleçam esses municípios. É algo interessante, porque também a gente começa a deslocar as ações turísticas para áreas que podem ser melhor exploradas. Não ficam concentradas nas grandes cidades, como Salvador, Juazeiro”, avaliou, em entrevista ao Metro1.
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