Política
Em depoimento à PF, Mauro Cid diz que entregou dinheiro das joias nas "mãos" de Bolsonaro, diz revista
O militar ilustrou que o dinheiro da venda dos relógios foi depositado na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou no acordo de delação premiada com a Polícia Federal, que o ex-presidente da República recebeu o dinheiro do esquema das vendas de jóias “em mãos”. Os detalhes do depoimento de Cid foram revelados pela revista Veja nesta quinta-feira (14).
Cid admitiu ter participado da venda de dois relógios de luxo recebidos pelo então mandatário, um Patek Philippe e um Rolex - este primeiro nem chegou a ser registrado no setor da União responsável pelo recebimento de presentes. De acordo com o militar, a ideia de vender as joias surgiu de uma necessidade de levantar fundos para custear as despesas de Bolsonaro. “O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas”, disse Mauro Cid.
Cid explicou que não houve intenção de cometer algum delito. Segundo ele, antes de terminar o mandato, Bolsonaro solicitou que ele avaliasse alguns presentes classificados como “personalíssimos”, ou seja, faziam parte do acervo pessoal do presidente e, por essa razão, podiam ser comercializados. “A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal”, disse.
O esquema
O militar ilustrou que o dinheiro da venda dos relógios foi depositado na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid, sacado em espécie e repassado a Bolsonaro. A entrega dos valores 68 mil dólares, segundo os federais, foi realizada de maneira parcelada, parte do pagamento ainda no Estados Unidos, onde a venda foi feita.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.